É um expediente técnico, mas assim nem Santana Lopes recua, nem Ferreira Leite deixa de ver realizada a sua vontade. As eleições para o grupo parlamentar do PSD continuarão a realizar-se na próxima quarta-feira, mas sem a comparência de candidatos: por isso, só depois do Congresso, que se realiza de 20 a 22 em Guimarães, será eleito o novo líder parlamentar do PSD. Depois do Congresso será marcada nova data e desta feita já com um nome para que os deputados possam votar.

Esta quinta-feira, e depois de uma curta visita de Manuela Ferreira Leite à reunião do grupo parlamentar - na qual voltou a frisar que as eleições para a bancada deveriam ter lugar, como é habitual, depois da realização do Congresso -, os deputados acolheram a posição da nova comissão política social-democrata.

«Houve intervenções de deputados em sentido diverso, mas eu diria que a maioria foi no sentido de acolher a posição da presidente da Comissão Política Nacional», disse Santana Lopes, à saída da reunião perto das 13h.

A nova presidente social-democrata permaneceu na reunião cerca de 10 minutos, deixando depois ao grupo parlamentar o debate desta questão.

«Gestão corrente»

Santana Lopes assegura assim a gestão corrente do grupo parlamentar, mas as decisões políticas ficam a cargo da nova direcção social-democrata. «A orientação» de Manuela Ferreira Leite «deve ser respeitada», frisou o líder demissionário do grupo parlamentar, acrescentando que a sua opinião, apesar de contrária, não irá contrariar a vontade da ex-ministra: as escolhas sociais-democratas, no Parlamento, serão «asseguradas por quem for indicado pela líder».

Já esta quinta-feira, na moção de censura apresentada pelo CDS-PP o PSD irá abster-se, segundo «foi acertado com a dr. Manuela Ferreira Leite», disse aos jornalistas, garantindo que as intervenções ficarão a cargo dos vice-presidentes José Eduardo Martins e Hugo Velosa.

«Ficou claro que ficando a actual direcção a assegurar a gestão corrente do grupo parlamentar as escolhas da representação política serão asseguradas pela presidente eleita», assim como o sentido de voto do PSD.

As indicações de Ferreira Leite serão feitas caso a caso, mas para o próximo debate quinzenal com o primeiro-ministro, no dia 12, não há ainda um nome para debater com José Sócrates. «Foi-me dada escusa e eu agradeço», garantiu ainda o grande derrotado das eleições no PSD, alertando para os «debates intensos» que irão ter lugar ainda antes do Congresso do PSD em Guimarães.

Questionado pelos jornalistas por que não renuncia ao cargo, Santana afirmou que «renunciar seria desertar». Resta apenas a hipótese de continuar, assegurar a gestão corrente até a nova direcção ser eleita».

Terceira moção de censura ao Governo

Moção apresentada pelo CDS-PP: PSD abstém-se