O líder parlamentar demissionário do PSD, Pedro Santana Lopes, defendeu esta quarta-feria que a nova direcção da bancada social-democrata deve ser eleita no dia 11 de Junho para que passe a existir uma «responsabilidade política muito clara», noticia a agência Lusa.

Em declarações aos jornalistas, no Parlamento, Pedro Santana Lopes anunciou que «a direcção do grupo parlamentar do PSD reuniu-se e foi mantida a posição de as eleições estarem convocadas para dia 11».

A recém-eleita presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, afirmou na terça-feira que prefere que a eleição da nova direcção parlamentar decorra depois do Congresso de 20, 21 e 22 de Junho porque «sempre foi assim» e «não há razões para ser de outra forma».

Pedro Santana Lopes discordou de Manuela Ferreira Leite e adiantou que a data da eleição será decidida na quinta-feira pelos deputados do PSD: «O grupo parlamentar decidirá. Eu não participo nessa decisão».

Santana Lopes sublinhou que, ao contrário do que aconteceu anteriormente, desta vez o líder parlamentar foi candidato às eleições directas para a presidência do PSD - das quais saiu derrotado, atrás de Pedro Passos Coelho e da vencedora Manuela Ferreira Leite.

«É uma grande diferença. Não faz sentido um líder parlamentar que não ganhou as eleições ir falar em nome do partido», defendeu. Questionado se isso não pode ser feito por um dos seus vice-presidentes, respondeu que não.

«A responsabilidade política tem de ser muito clara. Haverá um debate quinzenal no dia 12, depois haverá outro debate quinzenal, qualquer dia o debate do Estado da Nação... Não faz sentido estarem pessoas que não ganharam a eleição a representar o partido», defendeu.

Santana Lopes insistiu que «a responsabilidade política é para ser assumida» e lembrou que formou Governo numa semana. «Não se pode formar uma direcção do grupo parlamentar numa semana? É evidente que sim», acrescentou.

Santana Lopes declarou que a sua direcção «assegura os actos de gestão até haver nova direcção».

«Agora, aqui, a gestão implica responsabilidade política. Não era bom para a dra. Manuela Ferreira Leite, para o partido, para mim, para a direcção haver este equívoco», considerou.

Segundo Santana Lopes, «se havia situação que era previsível antes das eleições directas era que tinha que se processar uma alteração no grupo parlamentar» e «convocar eleições para a direcção não significa nenhuma jogada, nenhuma partida, é um acto de coerência».