Em entrevista ao Telejornal da RTP1, Correia de Campos afirmou que o Hospital José Luciano de Castro, na Anadia, irá ganhar cirurgia ambulatória, consultas de saúde oral, uma consulta semanal de pediatria, uma equipa de apoio em cuidados paliativos e melhor equipamento de radiologia, entre outras valências.
«Há um conservadorismo, as pessoas não acreditam na mudança», lamentou o ministro da Saúde, segundo quem a Câmara Municipal da Anadia foi informada das mais-valias que seriam ganhas com as mudanças.
Correia de Campos insistiu que «o que está em causa é a qualidade do atendimento» e acrescentou que, «dentro de um ano, tudo terá passado, como sucedeu em relação ao encerramento das maternidades, que também gerou descontentamento mas viria a representar importantes ganhos ao nível da saúde materno-infantil».
A população da Anadia protestou hoje contra o encerramento das urgências mas o Governo garantiu que vai avançar com a requalificação do Hospital local, apesar de a proposta de protocolo apresentada à Câmara Municipal da Anadia, a 22 de Novembro e a 3 de Dezembro, ter sido recusada.
O Ministério da Saúde refere, em comunicado enviado hoje às redacções, que «o Hospital José Luciano Castro não possui actividade cirúrgica urgente desde 2001, sendo a urgência assegurada por dois médicos entre as 8:00 e as 23:00, e por um médico das 23:00 às 8:00. Todos clínicos gerais, parte deles do centro de saúde, parte contratados do exterior».
Segundo o comunicado, a proposta foi antecedida por três reuniões entre o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro e o presidente da Câmara Municipal da Anadia, a 30 de Setembro, 9 de Outubro e 14 de Novembro.
O autarca, que recusou assinar o protocolo, anunciou hoje ter interposto uma providência cautelar junto do Tribunal Administrativo e Fiscal de Viseu a 28 de Dezembro, para travar o processo.
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