ATUALIZADA ÀS 15:56

O antigo secretário de Estado do Governo socialista, Paulo Campos, diz que está disponível para colaborar com o Ministério Público sobre os contratos das Parcerias Público-Privadas rodoviárias.

Paulo Campos, que tutelou o sector durante os governos de José Sócrates, reage assim às buscas de que foi alvo.

Os dois ex-ministros das Obras Públicas, Mário Lino e António Mendonça, também eles objecto de buscas, recusam qualquer comentário à notícia avançada pela TVI.

O PS recusou-se a comentar esta notícia e adiantou que «confia na independência da justiça», refere a Lusa. «O PS não comenta casos judiciais em concreto», declarou o deputado do PS Rui Paulo Figueiredo aos jornalistas.

Sobre este caso, envolvendo três ex-membros dos executivos de José Sócrates, o coordenador do PS para os assuntos económicos apenas deixou mais uma nota: «A nossa postura é confiar no trabalho da justiça, que ele se desenrolará de modo célere e confiar na independência da justiça».

Rui Paulo Figueiredo referiu depois que a posição assumida pelo PS, no âmbito da comissão de inquérito parlamentar sobre as PPP, «é que se deve apurar tudo aquilo que existir para apurar».

«Reiteradamente, o PS tem inquirido todos os que depõem na comissão de inquérito se conhecem algum indício de ilícito ou suspeita para se apurar», mas, «na questão das PPP, muita gente fala do que não sabe e o PS não quer contribuir para isso», advertiu o coordenador dos socialistas para a área económica.

Também o dirigente socialista Alberto Martins espera que a justiça seja célere na investigação e apelou para que seja respeitada a «presunção da inocência» e se evitem «linchamentos mediáticos».

Alberto Martins, que desempenhou as funções de ministro da Justiça no segundo Governo liderado por José Sócrates, falava aos jornalistas na Assembleia da República.

«Há um princípio geral, que é o da presunção da inocência. Qualquer investigação criminal começa por um inquérito, que pode acabar num arquivamento ou em indícios que levem a uma maior investigação. A justiça tem o seu espaço. À justiça o que é da justiça e à política o que é da política», declarou Alberto Martins.

Interrogado se já falou com os seus anteriores colegas de Governo alvo de buscas por parte da PJ, Alberto Martins deu a seguinte resposta: «Não falei nem tenho que falar».

«Esta é uma questão da justiça. Investigue-se, evitem-se os linchamentos mediáticos e apure-se a verdade. Esses são objetivos da justiça e de um Estado de Direito», declarou.