O líder do Bloco de Esquerda pronunciou-se este sábado sobre o encontro entre Passos Coelho e António José Seguro. Francisco Louçã recusou a ideia de que o retomar do diálogo político entre o Governo e o PS representa um «alívio» para o país. Francisco Louçã sublinhou não ver sinais de alívio para os novos 200 mil desempregados, noticia a Lusa.



Na intervenção do encerramento da conferência do BE «Portugal na Encruzilhada da Europa», que se realizou na Faculdade de Ciências de Lisboa, Francisco Louçã abordou de forma breve o encontro de sexta-feira entre o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e o líder socialista, António José Seguro. O líder do BE recusou a ideia transmitida por alguns comentadores sobre o «alívio» que a reunião trazia.



«Eu sei que ontem [sexta-feira] António José Seguro e Pedro Passos Coelho se reuniram pela quinta vez no último ano, no dia em que se comemorava um ano em Portugal e creio mesmo que alguns comentadores muito bem-intencionados comentaram "que alívio para o país"», disse Francisco Louçã.



«Eu não vejo nenhum alívio para [os novos 200 mil portugueses] desempregados quando a direita fez votar uma lei na Assembleia da República com o beneplácito do PS para facilitar o despedimento mais acelerado, mais barato, mais violento e mais cruel em relação às pessoas que estão a perder emprego», sublinhou.



Considerando que o aumento do desemprego é «o resultado da troika», Francisco Louçã lamentou que quando o país precisa de «alívio, bom senso, diálogo e alternativas», o que efetivamente existe é o «deixar andar».