Paulo Sérgio falou nesta quinta-feira sobre o processo de inquérito aberto pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol relativo à poupança de jogadores no encontro com o FC Porto e não foi nada meigo nas palavras.

«Para mim, é uma vergonha, uma afronta haver alguém que possa pôr a hipótese de eu alinhar nesse tipo de jogadas. Tenho um passado que fala por mim e só o facto de levantarem essas dúvidas e suspeitas sobre mim, envergonha-me. É uma afronta o que me estão a fazer», disse Paulo Sérgio, citado pela Lusa, na antevisão à ao jogo com o a Arouca, da 32.ª jornada da Liga.

Recorde-se que o Conselho de Disciplina abriu um processo de inquérito que visa o «apuramento de factualidade relacionado com eventual apresentação de equipa inferior», depois de o Portimonense ter sido goleado por 7-0 no Estádio do Dragão, num jogo em que o treinador poupou três habituais titulares além de não poder contar com outros jogadores lesionados e por castigo.

«Já disse o que tinha a dizer sobre o assunto. Basta verem que nem o banco de suplentes tinha completo. Com dois guarda-redes no banco, ainda tinha espaço para mais um atleta e basta ver os atletas que tinha no banco para perceberem o que tinha disponível para essa partida», frisou o técnico do Portimonense.

Paulo Sérgio lembrou que a vitória sobre o Moreirense permitiu assegurar o objetivo da permanência e acrescentou que «isso parece que está a fazer mal a muita gente».

«Uma coisa é o povo, que hoje tem voz nas redes sociais e burros sempre houve. Mas haver gente com responsabilidades no futebol, e alguns que me conhecem bem, sequer pensarem que podia entrar nesse tipo de situações, em que, se calhar, muitos deles andaram envolvidos durante uma vida inteira, só por si isso envergonha-me. Tenho filhos, tenho pais, tenho família e é uma vergonha para mim ver o meu nome associado a suspeitas desta natureza», sublinhou, um dia depois de a SAD do clube algarvio reagiu à abertura do processo de inquérito, classificando-o como «um ataque feroz, impiedoso e infundado» ao clube.

Já sobre a deslocação a Arouca, o técnico do Portimonense disse que, apesar de já ter sido garantida a permanência, o jogo foi preparado «da mesmíssima forma».

«Se pudermos ser oitavos, não queremos ser nonos», apontou, avisando que o adversário, que luta pela permanência, «vai dar a vida pela procura dos pontos», pelo que o Portimonense «não pode ser diferente e terá de lutar por cada bola e metro de terreno».

Paulo Sérgio, que manifestou ainda a satisfação e orgulho de todo o grupo pelo facto de ter garantido mais um ano de Liga a três jornadas do fim, não quis abordar para já uma eventual continuidade no Algarve.

«Temos tempo. Quando for o tempo oportuno, falaremos. Temos três jogos importantes para realizar. Gosto muito de estar em Portimão, por isso, no momento certo sentamo-nos e falamos», concluiu.

O Arouca, 15.º classificado, com 27 pontos, recebe o Portimonense, 11.º com 35, em jogo marcado para sábado, às 15h, no Estádio Municipal de Arouca, com arbitragem de Luís Godinho, da associação de Évora.