A entrada em jogo prometeu, mas a versão do Vitória que se viu hoje em campo esteve longe de ser a melhor.

Não restarão grandes dúvidas em relação à qualidade da equipa de Álvaro Pacheco, mas hoje os vimaranenses não fizeram uma exibição de encher o olho e podiam ter saído de Portimão com uma derrota.

No final, deu empate, mas o filme do jogo mostra-nos um Portimonense com mais oportunidades, mais remates e mais posse de bola.

Depois do empate na jornada passada frente ao Benfica – que só não foi uma vitória porque Arthur Cabral salvou a pele dos encarnados já perto do final -, a expetativa era grande para perceber o que faria a equipa de Álvaro Pacheco.

Iria dar continuidade ao bom momento? Sucumbiria numa das deslocações mais longe da temporada?

E o Portimonense? Que equipa se apresentaria em Portimão, depois da derrota pesada por 3-0 frente ao Estrela da Amadora?

Paulo Sérgio mudou apenas um elemento: saiu Gonçalo Costa para a entrada de Jasper.

Do lado do Vitória, havia ainda um ingrediente extra: tanto Jota Silva como Tomas Handel, dois dos melhores jogadores da equipa, estavam fora, por castigo e lesão, respetivamente.

Borevkovic também não pôde jogar, após a expulsão no jogo com o Benfica, e Álvaro Pacheco viu-se obrigado a mudar três peças.

Só que, em abono na verdade, nos primeiros 20 minutos, não se notou qualquer diferença. À semelhança dos últimos encontros, o Vitória era uma equipa confortável em campo, dominadora e bem oleada.

O golo de André Silva, ao minuto 20, já se estava a adivinhar há algum tempo. Depois de um cruzamento na esquerda, Mangas não conseguiu rematar, mas, dentro da área, a bola sobrou para o avançado do Vitória que só teve de encostar.

Com o golo sofrido, o Portimonense cresceu. Ou melhor: finalmente apareceu em campo.

Até ao final do primeiro tempo, os algarvios podiam ter marcado – e fizeram por merecê-lo. Berto, aos 25 minutos, ficou perto do golo, mas Charles defendeu o cabeceamento do avançado; aos 28m, foi Carlinhos com uma bomba que passou a rasar o poste.

E, aos 40m, Hélio desperdiçou aquela que terá sido a melhor oportunidade do Portimonense: só com Charles pela frente, o extremo permitiu a defesa do guarda-redes do Vitória.

A segunda parte prometia, mas desenrolou-se muito à imagem do que tinha sido o final da primeira.

O Vitória remeteu-se à defesa e, durante todos os últimos 45 minutos, raramente levou perigo à baliza de Nakamura que foi um mero espectador.

Já o Portimonense, somou oportunidades desperdiçadas. Os algarvios podiam perfeitamente ter vencido o encontro, mas pecaram no capítulo da finalização.

Relvas, por duas vezes, aos 56 e 61 minutos, foi o rosto desse desperdício. No primeiro lance, o cabeceamento foi defendido por Charles; no segundo, o remate do central do Portimonense foi cortado, em cima da linha, por Tomás Ribeiro.

A solução estava no banco. Guga, entrado há cinco minutos, fez o que nenhum jogador do Portimonense tinha conseguido fazer até então: marcar.

O cruzamento largo foi de Hélio Varela e Guga, de cabeça ao segundo poste, cabeceou para o fundo das redes (79m).

Nos últimos minutos, o Vitória ainda equilibrou e teve a melhor chance para marcar: Nelson Oliveira, aos 90m, recebeu uma bola, tirou um defesa do caminho, mas Pedrão, em cima da linha, evitou o golo.

Já no penúltimo minuto do jogo, o árbitro ainda assinalou um penálti a favor do Vitória, por falta de Berto, mas, alertado pelo VAR, reverteu a decisão: a falta aconteceu fora da área.

Os de Guimarães falharam o objetivo de se distanciar do rival Braga que joga amanhã; os de Portimão amealharam um ponto na luta pela manutenção, mas também somaram o terceiro jogo consecutivo sem ganhar.