Portugal espera ter 70 a 80 atletas nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, e desta vez não há previsões de medalhas. É a ideia expressa por Vicente de Moura, presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP).

Apesar de estar em perspectiva uma das maiores representações de sempre, o dirigente admite que o nível médio é inferior ao que se previa em Pequim 2008, há quatro anos. «Em termos do projeto olímpico temos mais atletas no nível 2 e mais num nível 3 do que tínhamos há quatro anos. O nível médio dos atletas hoje é melhor, mas o nível dos medalhados é inferior», afirmou Vicente de Moura, em entrevista à Lusa, a um ano do início da competição.

O discurso mais cauteloso surge depois do fracasso de Pequim 2008, quando o contrato com o Instituto do Desporto previa quatro a cinco medalhas, e Portugal acabou por ver apenas Nélson Évora levar o ouro no comprimento e Vanessa Fernandes a prata no triatlo.

«Desta vez isso não acontece: o programa que assumi com o governo não prevê lugares de pódio, prevê boa representação, condigna, etc¿ mais atletas, talvez mais modalidades, mas não mais do que isso», diz o presidente do COP: «Estou ¿proibido¿ de falar em medalhas e não falarei até aos Jogos, também tenho capacidade de aprendizagem. Não vamos até Londres assumir nenhum lugar de pódio, nem eu, nem o chefe de missão. Mas que podem acontecer, podem.»

Para Londres, Nélson Évora e Vanessa Fernandes são grandes interrogações. O primeiro tem sido muito condicionado por lesões, a triatleta esteve afastada da competição, no meio de problemas pessoais.

Outra das notas negativas para Londres 2012 é a previsível ausência de qualquer modalidade colectiva, numa altura em que só o voleibol tem hipóteses remotas de qualificação. «Há aqui duas circunstâncias: uns não querem, outros não podem. O futebol não quer, não estou a dizer que o futebol não se tenha qualificado propositadamente, mas sabemos que a FPF vê a participação olímpica como uma participação menor», diz.