Apesar das grandes superfícies não acreditarem numa redução de consumo nesta época de Natal por parte dos consumidores portugueses, admitem que há bens que são mais facilmente «cortados» do que os outros. É os casos dos artigos de bazar e os têxteis. A garantia foi dada à Agência Financeira (AF) pela Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED).

«Em tempos de crise, tradicionalmente, as empresas do sector da distribuição ressentem-se em primeiro lugar com as vendas ao nível de produtos não alimentar». O organismo salienta, no entanto, que «esta regra tem habitualmente efeitos e reflexos diferentes nos nossos associados, consoante estejam mais ou menos expostos a cada uma das áreas, alimentar e não alimentar».

Sector pouco pessimista

A verdade é que as grandes distribuidoras estão confiantes em relação às vendas para este Natal e notícias que apontam para uma quebra de 5% nas despesas das famílias portuguesas, face aos gastos efectuados no ano transacto, não assustam os hipermercados. Aliás, estes admitem mesmo baixar os preços na alimentação se for necessário.

«A confirmarem-se essas previsões, as notícias não seriam boas para as nossas associadas, e muito menos para as famílias. Mas acreditamos que tal não se venha a confirmar. E mesmo que se confirmem, acreditamos que as empresas de distribuição têm condições para ultrapassar esse cenário, não deixando contribuir para o bem-estar do consumidor, através do seu esforço contínuo para uma descida dos preços, sobretudo nos bens essenciais, relacionados com a alimentação», refere o organismo à AF.

Abrandamento em Janeiro

Para o primeiro semestre do ano, as perspectivas não são muito diferentes em relação aos anos anteriores. De acordo com a APED iremos assistir a um abrandamento das vendas «caso se confirmem os actuais receios de abrandamento da economia».

No entanto, segundo o organismo, mesmo que o cenário mais pessimista ocorresse, os hipermercados não iriam baixar os braços. «Não prevemos que esse efeito seja suficiente para causar problemas que as empresas do sector não saibam ultrapassar. E inclusivamente, potenciar em seu favor, apostando em livre concorrência e numa contínua descida dos preços nas suas lojas», conclui.