Os clientes do BPP em diferendo com a administração deverão ter a situação resolvida em Maio, depois de conhecerem as soluções formais a apresentar pela administração do banco, disse esta segunda-feira Jaime Antunes, porta-voz da Privado Clientes.

«Durante o mês de Maio vai ficar tudo resolvido», afirmou Jaime Antunes em declarações à agência Lusa, quando questionado sobre os prazos para a apresentação de propostas formais que criem condições de salvaguarda ao património dos clientes do Banco Privado Português (BPP).

Jaime Antunes vai reunir-se com vários clientes do BPP na terça-feira, no Hotel Villa Rica, em Lisboa, pelas 17h30 para, afirmou, «fazer um ponto de situação».

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O responsável defendeu ainda que as pessoas que aplicaram dinheiro com garantia de capital nos produtos de retorno absoluto devem ter uma solução à parte dos restantes depositantes e investidores com aplicações financeiras no BPP.

2.100 contas em causa

São 2.100 contas que compõem o lote de clientes que investiram em produtos de retorno absoluto com garantia de capital e que serão chamados a pronunciar-se sobre se aceitam ou não a proposta de criação de um megafundo a apresentar pela administração do banco.

Para os restantes investidores em produtos com risco e para os depositantes (uma pequena percentagem dado o cariz de banco de investimento do BPP) deverão ser criadas soluções separadas, disse Jaime Antunes.

Em reacção às declarações do porta-voz da Privado Clientes, Luís Miguel Henrique, advogado de vários clientes do BPP, frisou à agência Lusa que «é inadmissível que nada tenha sido ainda formalizado. Estamos quase a meio de Abril e a sensação que fica é que a administração do BPP está a usar a comunicação social para ver o que é aceite pelos clientes e reguladores. Parecem sondagens de mercado».

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«Ando há semanas em silêncio a aguardar por uma proposta formal», reforçou, acrescentando que «tudo depende da velocidade e clareza da proposta apresentada pelo BPP à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM)».

«Depende muito do banco e dos accionistas formalizarem a proposta em definitivo», sublinhou o advogado, até porque pelas indicações que tem «duas semanas chegariam» para tratar de todos os aspectos ligados à constituição do fundo.

«Acredito que em Maio esteja tudo clarificado, desde que haja clareza, justiça e equidade na proposta formal, até para dar direito aos clientes de apresentarem queixas, já que só poderão fazê-lo até 20, 21 ou 24 de Março, consoante os casos», referiu.