Nem a recente crise interna da instituição lhe retira a confiança em Jardim Gonçalves e Alípio Dias, avança a «Lusa».

«Gostaríamos de aumentar a nossa participação e eu continuo a acreditar o banco irá ter um futuro brilhante», afirmou Stanley Ho.

Apesar dos recentes problemas criados pela luta interna de poder no banco, Stanley Ho, que detém cerca de dois por cento do capital da instituição, não se manifestou muito preocupado.

«Todos os grandes bancos têm os seus problemas mas tenho a certeza de que Jardim Gonçalves os irá resolver porque é um homem com muita experiência», sublinhou.

«Também confio muito em Alípio Dias e acredito nele há muitos anos», acrescentou para sublinhar a sua confiança na equipa que se mantém na gestão do BCP.

Se no Millennium/BCP Stanley Ho quer aumentar o capital e continua a manifestar interesse em diversos sectores da economia portuguesa, já a planeada privatização da TAP para 2008 não parece interessar ao magnata dos casinos.

Na Ásia, Stanley Ho detém participações significativas na Air Macau, Hong Kong Express e está a criar a Macau Express, companhias aéreas sedeadas nas duas Regiões Administrativas Especiais da China.

«Estou envolvido de forma pouco significativa no negócio da aviação e estou mais concentrado nos helicópteros. Se a TAP vai mudar a sua estrutura é lá com eles porque, neste momento, não estou interessado em adquirir uma posição", garantiu.

Só define princípios da estratégia

Aos 85 anos e mantendo um discurso muito claro nas opções que toma relativamente aos seus investimentos, Stanley Ho mantém o desejo de se retirar em cinco anos e sustenta que em Portugal só define os princípios da estratégia.

«Sou um homem muito velho e deveria estar a retirar-me dentro de cinco anos. Estes investimentos em Portugal, só decido os princípios. E o princípio é que eu quero cooperar em articulação com o Governo Português para deter tantas acções quanto possível no país», disse.

Afirmando-se amigo de Portugal e dos portugueses, Stanley Ho, que sexta-feira faz questão de, numa viagem a Inglaterra, «parar algumas horas no Estoril para ir ver a casa nova da Quinta do Patino», é um empresário que não quer perder oportunidade de realizar dividendos nos seus investimentos e, por isso, mudou a estratégia relativamente às acções que detinha na EDP.

«Houve uma altura em que tentei comprar mais mas depois os meus conselheiros disseram-me que as acções tinha atingido o máximo e era altura de liquidar e procurar um outro bom investimento com melhores possibilidades de retorno», explicou.

«Como confio neles foi o que fiz mas parece que estavam errados porque as opções que fizemos estão a dar prejuízo», disse ainda o magnata.