O presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Carlos Tavares, acredita que não é pela via da redução das taxas de juro que se vai resolver esta crise financeira.

Recorde-se que, o Banco Central Europeu, reduziu esta semana a taxa directora em 50 pontos base para os 3,75%.

No entanto, o mesmo responsável elogia a atitude sensata do BCE na gestão que tem feito das taxas de juro. «O BCE tem tido uma atitude mais sensata do que do outro lado do Atlântico», refere.

Para o ex-ministro da economia do Governo de Carlos Tavares, «a economia financeira vivia para além da economia real e isso tinha de ter um fim», salienta, acrescentando ainda que «raramente estas crises resolvem-se de forma suave».

Segundo o presidente do órgão regulador a origem do problema é de natureza bancária e, no seu entender, «não se pode pensar que nenhuma área está imune».

«Não podemos presumir que este é um problema norte-americano», salienta.

Tavares aproveitou também para criticar as revisões que estão a ser feitas permanentemente em relação às perdas dos bancos. «Neste momento o Fundo Monetário Internacional fala em perdas de 1.400 mil milhões de dólares mas os bancos ainda só declararam 600 mil milhões de dólares, estamos quase a perder a sensibilidade dos números, uma vez que já achamos este valor (1.400 mil milhões de dólares) natural», conclui.