Em tempos de globalização e de interdependência económica, falências e crises no outro lado do Atlântico são, nalguns casos, rápidas a afectar a carteira dos portugueses. Juros altos, mais desemprego e salários mais baixos são alguns dos efeitos, diz o «Diário Económico».

O primeiro efeito é financeiro. A falência de bancos e a eventual necessidade de outros serem nacionalizados para preservar a estabilidade do sistema torna as instituições financeiras mais desconfiadas em relação à concessão de crédito. O resultado é uma subida dos prémios de risco, que faz aumentar as taxas de juro. A tradução para os portugueses é simples: as prestações da casa vão subir e o recurso ao crédito vai ficar mais complicado.

Ainda de acordo com o «DE», apesar do primeiro impacto ser financeiro, juros mais altos têm impacto na economia real. Dinheiro mais caro significa menos consumo e menos investimento, dificultando o crescimento económico e estrangulando os dois vértices do mercado laboral: o emprego e os salários.

Outros danos colaterais, para quem joga na bolsa, são prejuízos. A bolsa reflecte e antecipa os movimentos económicos. A falência de bancos e seguradoras é um mau indicador e isso reflecte-se na bolsa, que perde valor. O problema é especialmente grave para quem tem de fazer mais-valias no curto ou médio prazo, já que para investidores de longo e muito longo prazo ainda há bastante tempo para recuperar das perdas recentes. Ainda quem tiver investido em empresas americanas falidas terá certamente problemas.