Quem o diz é o presidente da Vodafone Portugal, António Carrapatoso, que considera que a velocidade da implementação e a cobertura nacional podem estar comprometidas. Até porque existe o risco de retorno a uma situação de «quase monopólio».
Apesar de considerar que a assinatura do protocolo sobre o assunto promovido pelo Governo em Janeiro, e que a Vodafone não subscreveu, é positiva, Carrapatoso sustenta que a filosofia do mesmo não é aquela que o grupo defendia e que apontava para «ajudas financeiras a quem promovesse redes abertas».
Orador-convidado num jantar organizado pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), que decorreu esta quinta-feira em Lisboa, o presidente da Vodafone diz que, por um lado, não se promoveu um concurso nacional para a construção de uma Rede Nacional Passiva nem, por outro, foi possível avançar com uma opção de partilha de investimento.
«Não estão criadas as condições para (a Vodafone) investir nessa infra-estrutura», sustentou aos jornalistas.
Até PT «terá de fazer contas»
Carrapatoso critica a participação e intervenção, directa e indirectamente, do Estado em empresas do sector e diz que, com a actual lógica das redes de nova geração, «mesmo nas zonas urbanas é difícil obter o retorno de um investimento a menos de dez anos».
Neste sentido, o responsável considera que «é mais fácil de medir a rendibilidade» por uma rede única.
Sobre os timings e o investimento pretendido pelo Governo nas redes de nova geração, o presidente da Vodafone diz ter muitas dúvidas: «Mesmo a Portugal Telecom terá de fazer as suas contas para arrancar este ano», concluiu.
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