Apesar de não quererem «culpar» a crise por esta corrida aos leilões, as empresas reconhecem que a actual situação económica «leva mais pessoas a recorrer a este método de mediação para adquirem produtos, a preços abaixo dos valores do mercado, que não conseguiriam adquirir noutras condições».
Cuidados a ter na compra de um imóvel em leilão
A verdade é que o aumento do sobreendividamento por parte das famílias portuguesas acaba por reforçar a oferta disponível para este tipo de negócio. «Este ano o número de leilões vai aumentar em parte por causa do acréscimo de imóveis devolutos na posse da banca e em parte pela maior divulgação do novo canal de venda de imóveis», salienta o responsável pela Euro Estates, Diogo Pitta Livério.
Casas: crise faz descer para metade preço dos leilões
Casas vendidas em leilão são um novo negócio
Oportunidade para investir
Esta opinião é também partilhada pela sua concorrente Luso Roux que promete reforçar o número de leilões em 2009, prevendo realizar cerca de 21. De acordo com a mesma, nestes eventos «surgem sempre boas oportunidades de negócio, sendo também uma alternativa interessante para quem vende se os seus objectivos forem a rapidez e obtenção de liquidez», refere a responsável pelo departamento de vendas da empresa, Ana Ferro.
Oferta dirigida ao segmento baixo
O presidente da Associação Portuguesa das Empresas de Mediação (APEMIP), Luís Lima admite que estes eventos podem «representar uma oportunidade, tal como acontece nos carros», mas admite que as ofertas «geralmente são dirigidos ao segmento mais baixo», salienta em declarações à AF.
O responsável relembra ainda que «se tratam de casas penhoradas, cujos empréstimos eram muito elevados (porque na altura do pedido incluíam o valor da casa, do carro, das mobílias, etc) e os valores a que estão ser transaccionados nos leilões, por norma não é o valor do mercado, mas sim um valor acima».
Zonas mais procuradas
Lisboa, Porto e região do Algarve são, segundo a Luso-Roux e a Euro Estates, as zonas mais procuradas. Mas a «corrida» não se limita às casas: parqueamentos, lojas e terrenos também suscitam muito interesse. Para os próximos encontros, já há datas agendadas. Nos dias 1, 15 e 29 de Março em Lisboa e nos dias 14 e 28 de Março no Porto.
Além da carteira de imóveis penhorados pelos bancos, as duas entidades trabalham também com outras organizações detentoras de activos imobiliários, particulares e empresas de mediação imobiliária.
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