A BP Portugal continua a sentir os efeitos negativos dos preços dos combustíveis serem mais baixos em Espanha.

Segundo o presidente da empresa, António Comprido, a BP Portugal está a perder entre 2 a 4% das suas vendas para o mercado vizinho. «Há desvios significativos (nas vendas)» sobretudo dos postos petrolíferos transfronteiriços. Muitos deles vendem um décimo daquilo que vendiam», sublinhou o responsável à margem de um encontro com os jornalistas, esta quinta-feira, que serviu para apresentar o «BP Statistical Revierw of World Energy» de 2007.

E esta corrida aos combustíveis mais baratos em Espanha não se dá só pelos consumidores. Muito pelo contrário. «Há um grande impacto também de quem tem frotas. Já que há camiões a circular e passam por lá, acabam por abastecer em Espanha».

Solução passa por harmonização fiscal na Europa

Tudo junto faz com que, segundo António Comprido, «entre 2 a 4%» das vendas da BP Portugal estejam a fugir para Espanha.

Recorde-se que para as principais petrolíferas a operar em Portugal, Galp, BP e Repsol, a diferença dos preços dos combustíveis é justificada pela maior carga fiscal no mercado nacional, daí que também para António Comprido a solução para este problema passe «por uma harmonização fiscal» não só na Península, mas europeia. «Este não é um problema só nosso. O mesmo se passa com outros países europeus, como a Itália», explicou.