O Bastonário da Ordem dos Engenheiros, Fernando Santo, mostra-se preocupado com o estado de crise que o sector da construção que se prolonga há seis anos. No entanto, considera que o Governo de José Sócrates encontrou, pelo menos, uma parte da solução.

Questionado sobre se as medidas do Governo seriam suficientes para uma recuperação do sector, o responsável respondeu aos jornalistas que «são uma parte do remédio», mas realça que «é preciso ser mais selectivo no investimento e acertar à primeira».

E adianta: «O anúncio do investimento público para os próximos dez anos, nomeadamente o novo aeroporto de Lisboa, o TGV, a nova travessia do Tejo, p plano de barragens e investimentos em novas fontes de energia, bem como a construção e novos hospitais, entre outros, terá seguramente o efeito positivo na nossa economia, contribuindo para o crescimento, redução do desemprego e para o investimento privado».

TGV é projecto certeiro

Concretamente sobre o comboio de alta velocidade (TGV), esse sim parece-lhe ser um projecto certeiro. «Precisamos é de ter uma visão integrada de transportes. Portugal e Espanha ficam mais competitivos», sublinha Fernando Santo, à margem de um seminário, organizado pela Ordem dos Engenheiros, sobre a construção no espaço ibérico.

Relativamente a outros incentivos por parte do Governo, o bastonário da Ordem comenta que agora é necessário é não pensar exclusivamente em sanear as contas públicas e descurar a parte social, até porque, «parte do desemprego gerado no país foi criado na construção».

«Claramente é o motor da economia. É preciso continuar a investir em infra-estruturas», referiu.

Sobre a mão-de-obra, Fernando Santo vai de encontro a um sentimento geral em Portugal: «Precisamos de pessoas mais qualificadas».