Na conferência de imprensa em que apresentou os resultados do banco relativos aos primeiros nove meses do ano, Fernando Ulrich admitiu que a actual situação financeira «é muito séria, provavelmente é a primeira crise que temos tão séria e com um mercado tão globalizado. Mas a capacidade de resposta das autoridades é também muito maior».
A resposta que era necessária, foi dada, não só através das garantias estatais ao financiamento dos bancos como através das injecções de liquidez e até de capital. Agora, até que as medidas que foram tomadas surtam efeito, e o dinheiro comece a circular, vai levar algum tempo.
«Provavelmente, até agora, apenas uma ínfima parte desse dinheiro está no pipeline, há que esperar pelo resto e pelos efeitos», disse o presidente do banco.
Para Ulrich, as medidas «impressionam pela coerência e pela dimensão, merecem o meu respeito, são um contributo potentíssimo para melhorar a situação».
Agora as preocupações voltam-se sobretudo para os riscos de uma recessão económica. «Temos que estar preparados para uma situação muito exigente, em termos financeiros e económicos, nos próximos trimestres», alertou.
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