O Estado da Cidade do Vaticano quer ser o primeiro na Europa a cumprir o objectivo de, até 2020, ter pelo menos 20 por cento da energia consumida proveniente de fontes renováveis, revela a agência de notícias católica Ecclesia.

Segundo a Ecclesia, o Vaticano e o próprio Papa Bento XVI têm tido diversas intervenções em prol de uma «economia verde» e do respeito pelo meio ambiente, avança a Lusa.

Nesse sentido, um ano após o início da recolha diferenciada de lixo no Vaticano, 42 por cento dos contentores para os resíduos são destinados a materiais recicláveis.

Além disso, um complexo fotovoltaico foi instalado em 2008 no tecto da sala Paulo VI, daí resultando que 2 mil dos quase 5 mil metros quadrados de superfície da cobertura foram substituídos por painéis solares, enquanto a área restante é utilizado como tela para aumentar a quantidade de energia captada.

No início da semana, foi também anunciado que o Vaticano quer construir a maior central solar da Europa nos arredores de Santa Maria di Galeria - uma obra que tem o orçamento inicial de 500 milhões de euros.

O Estado da Cidade do Vaticano foi igualmente o primeiro a alcançar o objectivo de «emissões zero» de carbono, com a criação, em 2007, de uma zona florestal em território húngaro, informa a agência Ecclesia.

O Papa Bento XVI já apelou a uma economia sustentável e respeitadora do ambiente, defendendo o acesso universal à água enquanto direito humano e a promoção de um turismo mais ecológico.

De acordo com a Ecclesia, o recente Compêndio da Doutrina Social da Igreja apresenta uma série de números dedicados ao tema: no ponto 481 pode ler-se que «os actuais problemas ecológicos, de carácter planetário, apenas podem ser eficazmente enfrentados através de uma cooperação internacional capaz de garantir uma maior coordenação do uso dos recursos da terra» e mais à frente é referido que «os graves problemas ecológicos exigem uma efectiva mudança de mentalidade que induza a adoptar novos estilos de vida».