O ministro de Estado e das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, admitiu esta terça-feira que «não é fácil explicar à opinião pública as ajudas ao sector financeiro».

O governante, que falava na conferência «Crise, justiça social e finanças públicas», promovida pelo Instituto de Direito Económico Financeiro e Fiscal da Faculdade de Direito de Lisboa, admitiu que «não é fácil explicar à opinião pública» as medidas de apoio ao sector financeiro, acrescentando que pode mesmo parecer «assimetria de tratamento, face a outros sectores», o que «não é verdade».

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O ministro explicou que estão a ser apoiados os sectores cujo colapso teria maior impacto negativo no resto da economia. «Se o sector financeiro não funcionar, toda a economia se asfixia. Os recursos públicos não são ilimitados, por isso, é preciso escolher os sectores a ajudar e há sectores com maior efeito sistémico na economia».

Para os que perguntam para que serve toda esta ajuda ao sector financeiro, como as garantias estatais ao financiamento e a ajuda à recapitalização das instituições, o ministro tem uma resposta: «O crédito às empresas aumentou 10,6% em 2007 e 14% em 2008. Em Janeiro deste ano, registou um crescimento homólogo de 12,8%. Ou seja, continua a existir um esforço de financiamento às empresas no nosso sistema financeiro. E isto é um pouco fruto das garantias que disponibilizámos à banca e do trabalho que desenvolvemos neste sentido», considerou.

Teixeira dos Santos criticou ainda quem defende mais nacionalizações, dizendo que «não se ganha nada» em falar nelas. «Ou se tem de fazer e faz-se de imediato ou não faz sentido estar sempre a falar nela porque tal cria incerteza e dúvida».

O ministro vê as nacionalizações como medida de último recurso, para resolver problemas muito específicos. No caso do sistema financeiro nacional, Teixeira dos Santos lembra que o mesmo «se tem revelado robusto no geral».