O presidente do Tribunal de Contas, Guilherme d¿Oliveira Martins, denunciou a existência de uma onda de aproveitamento da crise para gerar mais desemprego.

«Vemos muitas situações em que percebermos que se está a aproveitar este momento para não assumir as responsabilidades sociais», acusou Guilherme d¿Oliveira Martins, citado pela Lusa.

«A crise é muito mais grave do que se supunha à primeira vista», advertiu o responsável, sublinhando que ela parte do «coração da vida económica», o sistema financeiro.

O presidente do Tribunal de Contas defendeu por isso que a preservação do emprego deve ser a prioridade.

Temos de viver à medida da riqueza que temos

«Temos de adequar os nossos comportamentos à riqueza que temos, não viver acima das nossas possibilidades», observou.

Para Guilherme d¿Oliveira Martins, «a crise é induzida pela aparência, ilusão de riqueza» e «coloca, nitidamente, a necessidade de equacionar os temas da coesão económica e social, da justiça e da confiança». Mas o ex-ministro das Finanças reconhece que a confiança «está seriamente afectada».

«Esta crise em que nos encontramos é a do desrespeito, é a crise de cada um por si», observou.