O fosso que separa os salários dos administradores executivos das cotadas dos salários dos trabalhadores das respectivas empresas parece estar a estreitar. Em 2006, um trabalhador de uma empresa listada no PSI20 teria de trabalhar, em média, 30 meses para levar para casa um cheque igual ao salário mensal de um administrador. No último ano, este diferencial ficou menor: um administrador passou a ganhar, em média, 23 vezes mais do que um trabalhador, segundo avança o «Jornal de Negócios».

A verdade é que, os salários das administrações do PSI20 cresceram em média 26,3%, entre 2000 e 2005. No mesmo período, as respectivas empresas desvalorizam 28% em bolsa, como já contabilizou a CMVM. E em 2006, mais uma assimetria: os salários dos administradores executivos cresceram cerca de 9%, enquanto os lucros das suas empresas subiram pouco mais de 2,5%.

Diz ainda o «JdN» que, só em 2007 é que o caso mudou de figura. Num ano em que o conjunto das empresas do PSI20 valorizou 19% em bolsa, os salários das administrações executivas dessas mesmas empresas caíram 2%. Um tombo ligeiramente maior que o dos lucros, que desceram 1,7% face ao ano anterior. Em média, cada administração executiva levou para casa 4,93 milhões de euros. Na verdade, apenas oito empresas «penalizaram» os seus administradores.