A Benfica SAD registou perdas de 6,07 milhões de euros no primeiro trimestre da época 2009/2010, mais do triplo do registado no mesmo período do ano anterior.

Em comunicado, a SAD encarnada reporta ainda resultados operacionais positivos de 1,5 milhões de euros.

«Os resultados operacionais correspondem a 1,5 milhões de euros, tendo sofrido um acréscimo de 2,4 milhões de euros face ao período comparativo do exercício anterior; esta variação é essencialmente explicada pelo crescimento das receitas, provenientes de transmissões televisivas, de quotizações, de receitas de bilheteira, de cachets e de prémios das competições europeias, e pela manutenção dos custos operacionais ao nível do praticado no período homólogo anterior», pode ler-se no comunicado.

Um desempenho que o Benfica diz estar «directamente relacionado com a performance desportiva da equipa principal de futebol, sendo ainda de destacar que no período homólogo as receitas de bilheteira já incluíam os jogos com o FC Porto e o Sporting, ao contrário da presente época».

Imparidades com passes de atletas ascendem a 5,8 milhões

No entanto, este valor de resultados operacionais exclui as amortizações e imparidades com passes de atletas (responsáveis por 5,8 milhões negativos) e pelos custos com transacções de passes de atletas (a que correspondem mais de 785 mil euros negativos). Se incluirmos estes dois factores, os resultados operacionais são negativos em 5,16 milhões de euros, quase cinco vezes mais.

«Os resultados com transacções de atletas apresentam um prejuízo de 6,6 milhões de euros, o que tem um impacto significativo no resultado líquido apurado no período». Um resultado que o Benfica diz estar «em linha com a estratégia seguida» de não vender os principais atletas do plantel e o investimento continuado em jogadores com créditos firmados. A queda homóloga deve-se à alienação dos direitos desportivos dos atletas Nélson Ramos, José Fonte e João Coimbra, que geraram no seu conjunto mais-valias no valor de 5,4 milhões de euros.

A venda parcial de direitos económicos de atletas ao Benfica Stars Fund «não teve qualquer impacto nos proveitos do trimestre em análise», acrescenta a SAD.

Passivo ultrapassa os 207 milhões

O passivo da SAD ultrapassou os 207 milhões de euros e os capitais próprios permanecem negativos nos 17,9 milhões de euros, o que deixa a SAD encarnada numa situação de falência técnica.

Por seu lado, o activo consolidado atingiu 189 milhões de euros, mais 11,4%, essencialmente explicada pelo registo da participação de 15% no Benfica Stars Fund, equivalente a 6 milhões de euros, e pelo aumento dos activos correntes, nomeadamente as rubricas de clientes, outros devedores e outros activos.

Os resultados financeiros do pioraram para cerca de 1 milhão de euros negativos, o qual compara com o prejuízo de 875 mil euros apresentado no período homólogo. A deterioração deve-se ao aumento do montante dos empréstimos obtidos pela SAD junto da banca.

Já os resultados relativos a investimentos melhoraram para 125 mil euros, justificado pelos resultados do 1º trimestre da Benfica TV.