O sector do mobiliário de madeira tem que se preparar para a concentração, sob o risco de acabar por ser controlado por investidores estrangeiros, alertou o presidente da Associação das Indústria da Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP), Fernando Rolim.

No 3º Congresso das Indústrias da Madeira, Mobiliário e Afins, que reúne quarta e quinta-feira em Lisboa a maior parte das associações empresariais da fileira, Fernando Rolin considerou, citado pela «Lusa», que os industriais de mobiliário têm que seguir o exemplos de Itália e promover operações de concentração.

«Temos que fazer uma escolha: se não formos nós a fazer a concentração, seremos apenas os concentrados, num sector que se está a tornar cada vez mais interessante para qualquer investidor externo», afirmou.

As cinco maiores empresas do segmento, que facturam entre 10 milhões e 75 milhões de euros, são a J.J.Louro, Tema, Moveme, Esquadria e Mobe, concentradas na região Norte.

O responsável reconhece, no entanto, que a concentração poderá ser difícil em Portugal, dada a escassez de capital e, assim, propõe que as empresas do segmento estabeleçam parcerias, que lhes permitam ganhar massa crítica.

Esta é, para aquele dirigente associativo, uma condição essencial para atingir o objectivo traçado para o segmento, o de elevar as exportações dos actuais 29 para 65 por cento da produção nos próximos cinco anos.

Em 2006, as exportações portuguesas de mobiliário de madeira aumentaram cerca de 15%, para 187 milhões de euros, com mais de 70% das vendas a França, Espanha e Angola.

No conjunto, o segmento do mobiliário ocupa quase 35 mil trabalhadores em mais de 2.500 empresas, essencialmente concentradas nas regiões Centro e Norte de Portugal, com um volume de vendas global de 645 milhões de euros.