A empresa brasileira de aeronáutica Embraer vai investir 170 milhões de euros em duas fábricas em Évora. Estas unidades, que devem estar prontas em 2012, vão destinar-se à produção de materiais para o sector. O projecto, agora aprovado em Conselho de Ministros, vai permitir a criação de cerca de 570 postos de trabalho directos.

«Esperamos que até 2009 estejam em desenvolvimento no terreno», afirmou o ministro da presidência, Pedro Silva Pereira, na conferência de imprensa, que garante que vai ser possível criar um «cluster aeronáutico» na referida cidade do Alentejo.

«Este projecto tem o apoio político do Governo português e brasileiro. É com certeza uma boa notícia para a economia portuguesa», adiantou o mesmo.

A primeira fábrica vai destinar-se, segundo o Governo, à «construção e equipamento de uma unidade industrial que adoptará o conceito de «lean», implementado pela Embraer para os processos administrativos e industriais, e caracterizar-se-á como um centro de excelência para a fabricação de conjuntos utilizando materiais compósitos para a indústria aeronáutica, através de um processo produtivo e tecnologia no estado-da-arte».

2ª unidade gerará vendas de 78,6 milhões

Nesta, o investimento ascende a 52,2 milhões de euros, envolve a criação de 129 postos de trabalho e permitirá o alcance em 2017, ano do termo da vigência do contrato, de um volume de vendas e prestação de serviços de cerca de 78,6 milhões de euros, em valores acumulados desde o ano de 2012.

A segunda instalação vai dedicar-se à produção de estruturas aeronáuticas metálicas a partir de peças e conjuntos, em ligas de alumínio, aço e titânio aeronáuticos, operando sob o conceito de «lean manufacturing».

Esta unidade terá um investimento de 117 milhões de euros, criando 440 postos de trabalho directos e, dentro de igual período ao outro contrato, gerará um volume de vendas e prestação de serviços de cerca de 255 milhões de euros.

Questionado sobre o prolongamento dos contratos (para além de 2017), Silva Pereira sublinhou que neste momento o Governo está satisfeito por ter conseguido trazer a Embraer para Portugal, mas que «não é difícil adivinhar que estão interessados em que continue».