A fabricante de automóveis Nissan anunciou 500 novas supressões de empregos no Japão e uma redução suplementar da produção, para se adaptar à quebra na procura provocada pela crise económica mundial.

Também devido à crise económica, a Honda reviu em forte baixa as sua previsões de resultados anuais, poucos dias depois da sua retirada da Formula 1, avança a Lusa.

A Nissan vai produzir menos 78.000 veículos nas suas fábricas japonesas em Oppama, Kyushu e Tochigi entre Janeiro e Março por via da redução das cadências e da introdução de dias de inactividade.

A produção será também reduzida nas fábricas de motores situadas em Yokohama e Iwaki, segundo um comunicado da empresa.

Durante o mesmo período serão suprimidas cerca de 500 postos de trabalho de duração determinada nas referidas fábricas, o que fará com que a partir de fim de Março a Nissan deixe de ter empregos temporários no Japão, precisou um porta-voz.

A Nissan já tinha anunciado em finais de Outubro 3.500 supressões de empregos a nível mundial e fortes reduções na produção.

Quanto à Honda, o presidente da empresa, Takeo Fukui, lamentou em conferência de imprensa que «o mercado mundial dos automóveis está a contrair-se rapidamente».

A empresa, a segunda maior fabricante de automóveis no Japão, previa inicialmente poder vender 4 milhões de viaturas no mundo entre Abril de 2008 e Março de 2009, mas baixou essa estimativa para 3,65 milhões de unidades, ou seja menos 275.000 do que no ano anterior, devido à quebra na procura nos Estados Unidos, Europa e Japão.

Devido a «estas circunstâncias muito difíceis», o grupo espera agora apenas um lucro anual bruto de 185 mil milhões de ienes (1,5 mil milhões de euros), contra 485 mil milhões previstos anteriormente 600 mil milhões esperados no início do exercício.

O seu volume de negócios deverá ficar pelos 10.400 mil milhões de ienes, contra os 11.600 mil milhões esperados anteriormente, e o seu benefício de exploração pelos 180 mil milhões, em vez de 550 mil milhões.

Além da diminuição das vendas de veículos nos países ricos, a forte valorização do iene em relação às outras moedas, sobretudo ao dólar, destruiu as margens e a competitividade da Honda e de todos os seus concorrentes japoneses.