As investigações ao Millennium/ BCP vão incluir o exame a diversas contas de clientes particulares do Private Banking (aforradores com saldos médios superiores a 500 mil euros e activos sob gestão superiores a um milhão), alegadamente utilizadas para dissimular investimentos de outros titulares em sociedades offshore.

As operações eram realizadas por funcionários do próprio Millennium/ BCP, com conhecimento e autorização das respectivas hierarquias, que faziam transitar os fundos por várias contas particulares, antes de canalizarem os lucros das operações para os beneficiários finais.

Aos titulares das contas era creditada uma importância a título de rentabilização de activos.

Segundo apurou o «Correio da Manhã», este expediente era utilizado por alguns accionistas de referência do próprio BCP.

Operações feitas durante nove anos

Estas operações foram realizadas entre 1993 e 2000. As desconfianças foram comunicadas ao Banco de Portugal por clientes que se consideram lesados e que enviaram à autoridade de supervisão diversos extratos bancários que provam a movimentação das contas sem autorização dos próprios titulares.

Para além da utilização abusiva das contas bancárias, existem suspeitas de «falsificação» de documentos relacionados com extratos bancários pedidos por clientes que se sentiram lesados.

Num dos casos a que o diário teve acesso, existem dois extratos bancários combinados referentes ao mesmo cliente e ao mesmo período de tempo, com uma diferença de «menos 300 mil dólares».