A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) recomendou ao BCP que explique aos seus accionistas a escolha da KPMG para auditores.

Numa carta enviada ao banco, o órgão de supervisão diz que recomenda ao presidente do Conselho Geral e de Supervisão (CGS) e da Comissão de Auditoria e Risco «que informe os accionistas presentes (na AG desta terça-feira) quanto aos passos do procedimentos adoptados para a formulação das propostas e, especificamente, quanto à identidade e funções do banco das pessoas que compuseram o grupo de trabalho que pontuou as diferentes firmas de auditoria».

Recorde-se que às 15h terá início, no Porto, a reunião de accionistas onde a CGS do BCP vai propor que o já auditor externo, a KPMG & Associados, volte a ser eleita para o triénio 2008-10.

Regulador mantém análise

A CMVM lembra que «está a ultimar a sua acção de supervisão ao BCP» sobre a eventual utilização de «off-shores» para transacção de acções próprias entre 1999 e 2002 e a transferência de dívidas dessas sociedades entre 2002 e 2007 e que «uma das consequências dessas operações foi, como é sabido, a realização de uma correcção às contas do BCP, com efeitos a 1 de Janeiro de 2006, no valor de 300 milhões de euros, ascendendo o seu impacto a um valor líquido de cerca de 220,5 milhões de euros».

Neste âmbito, a KPMG disponibilizou vários elementos para análise solicitados pelo regulador para averiguar da responsabilidades destes, no entanto, «a análise está em curso e não permite ainda retirar conclusões sobre a responsabilidade» da KPMG. E assim sendo, a CMVM não se opõe, para já, à proposta do CGS.

As acções do BCP seguem a perder 0,88% para 1,69 euros.