Jardim Gonçalves foi a escolha dos leitores da Agência Financeira para figura da economia em 2007. O até aqui homem forte do BCP recebeu quase 50 por cento dos votos e ficou à frente de Paulo Azevedo (35 por cento) e Fernando Ulrich (22 por cento).

A votação também não foi equilibrada no que diz respeito à figura internacional do ano. Apesar do lançamento do Iphone, Bill Gates ganhou a Steve Jobs, (56% face a 34%), deixando Rupert Murdoch no terceiro lugar do pódio.

As voltas e trocas entre o BCP e BPI ganharam a distinção para acontecimento nacional do ano com larga vantagem, à frente da histórica multa que a Anacom aplicou à Portugal Telecom (22%), e à cisão entre esta e PT Multimédia, dona da TV Cabo, um acontecimento há muito, e por muitos, reclamado.

As escolhas para acontecimento internacional também dividiram pouco os nossos leitores, acabaram por eleger, maioritariamente, a constante subida do petróleo como o facto mais relevante do ano passado. Logo a seguir está a crise do crédito hipotecário, com a consequente subida dos juros (23%) e, por último, o fenómeno iphone a merecer 17% das escolhas dos leitores.

A escolha da gaffe do ano foi talvez a que mais dividiu todos aqueles que votaram. Ainda assim, o ministro da Economia, Manuel Pinho, venceu com a célebre frase, proferida na China: «A vantagem de Portugal é ter salários baixos». 45% dos leitores escolheram-na. Mas muito perto, com 40%, ficou a mais recente afirmação de Jardim Gonçalves quando estalou a polémica em tornos de empréstimos concedidos pelo banco. «Dívidas do meu filho? Não sei de nada, mas vou pagar». E em terceiro lugar ficou a já característica expressão do empresário Joe Berardo, quando se quer referir ao regulador do mercado (CMVM). Quem já não ouviu: «CVM, CVM, CVM».

E é também Joe Berardo que está envolvido no vencedor a Fiasco do Ano: a Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o Benfica, em que apenas conseguiu 1% do capital do clube, foi a eleita como o grande fracasso de 2007 (39%). Logo atrás ficou a «anunciada» OPA que os chineses também iam lançar aos encarnados (36%) e em terceiro a falha informática que ocorreu na Assembleia-Geral do BCP, quando se pretendia decidir o futuro do banco.

Quanto ao impasse do ano, o novo aeroporto mereceu todas as atenções. A eleição vai para a opção «Portela mais um», seguida da OTA e só em último caso Alcochete.

O derrotado do ano é, sem dúvida, Jardim Gonçalves (65%). No mesmo sector, e envolvido nas polémicas com o primeiro, que destabilizaram o banco, ficou Paulo Teixeira Pinto. Francisco Pinto Balsemão, por não ter conseguido levar a SIC até onde se propôs, mereceu apenas 12% dos votos.

Paulo Azevedo é o «Gestor do Ano»

Ao contrário, o actual CEO da Sonae, Paulo Azevedo, mesmo depois de ter perdido a OPA à PT, foi eleito o Gestor do Ano pelos nossos leitores, e com vantagem (56%). Seguiu-se António Mexia, presidente da EDP, e em terceiro lugar Ferreira de Oliveira, hoje o homem forte da Galp.

Galp essa que foi a estrela quando se tratou de escolher as melhores da bolsa. Destacadíssima, venceu à Martifer e REN, com 71%.