A Associação das Pequenas e Médias Empresas (PME) de Portugal já reagiu subida anunciada pelo Banco Central Europeu (BCE) das taxas de juro até aos 4,25 por cento.

Além de anunciar que vai convocar uma reunião de urgência para deliberar sobre a medida que «vai prejudicar gravemente as economias europeias, e em especial uma economia em débil recuperação como a portuguesa», a associação refere que existem quatro medidas a tomar para fazer face a este crescimento.

O órgão representativo das PME apela a que os ministros das Finanças e da Economia convoquem reuniões de emergência do Economical and Finantial Committee (Ecofin) e do Conselho de Competividade, «emitindo sérias recomendações de baixa da taxa de juro face à postura anti-económica do BCE».

É também solicitado, em comunicado, que o Governo coloque «imediatamente disponível a prometida linha de crédito de 600 milhões de euros para as PME a taxas de juro reduzidas ou nulas» e que alargue a todas as actividades económicas o procedimento para que o pagamento do IVA ao Estado seja efectuado quando as empresas recebem o imposto e não quando vendem ou prestam serviços. «Dados os prazos de pagamento, as empresas estão altamente descapitalizadas, pagando o imposto antes de o receberem», sublinha a associação.

BCE «não pode ser autista»

Por fim, a resposta à subida das taxas de juro está na aceleração nos pagamentos «elevadíssimos» em atraso nos investimentos efectuados no III Quadro Comunitário de Apoio.

Os quatro tópicos são entendidos pela Associação das PME Portugal como a única forma do País conseguir manter o desejo de crescer mais de 1%, embora a sua implementação tenha de ser, no entender da entidade, imediata.

«O BCE é um órgão independente, mas não pode ser autista. Não pode ignorar que cada decisão ditatorial ditada pela sua cruzada anti-inflacionista, esquece e ignora a economia da Zona Euro», reclama o presidente da associação, Joaquim Cunha.