À Agência Financeira, Mira Amaral diz que em causa pode estar mesmo «o estouro das finanças públicas nos próximos anos».
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«O endividamento público e externo são como duas mochilas que se colam ao país e que são pesadas de mais», refere o também administrador do banco BIC, sublinhando que os projectos em causa «só vão agravar a sustentabilidade nacional».
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Em reacção ao Boletim de Primavera do Banco de Portugal, o ministro das Finanças avançou esta terça-feira que, apesar da contracção prevista de 3,5 por cento, «o Governo não deve desistir dos investimentos planeados», referindo-se às grandes obras públicas já anunciadas pelo Executivo, e que passam pelo novo Aeroporto de Lisboa e pelo TGV.
Retoma: «Ninguém sabe quando virá»
Já sobre os valores revelados por Vítor Constâncio, o também professor académico diz-se não surpreendido e acrescenta que «a situação é muito má» e, mesmo que a economia internacional comece a dar sinais de retoma, esta não será tão grande no caso nacional.
«É preciso ter consciência que a economia portuguesa está há muitos anos em crise», disse.
«O Governo e o Banco de Portugal estavam demasiado optimistas com o cenário económico até agora», refere ainda Mira Amaral, que chega a apelidar a capacidade de previsão e de análise do banco central «de bastante soft» até agora.
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«Ninguém sabe quando virá a retoma», sublinhou Mira Amaral, acrescentando não se admirar se o desemprego chegar aos 10 por cento, como anteriormente chegou a prever.
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