Os números anunciados pelo Banco de Portugal, com uma forte revisão em baixa das previsões, não levam o Governo a criar mais medidas de combate à crise. Apesar de a economia afundar 3,5%, uma queda que só tem paralelo com o período pós-revolucionário de 1975, o ministro das Finanças confirma o empenho do Governo em fazer cumprir as medidas de combate à crise já anunciadas.

Em conferência de imprensa, após ter sido conhecido o Boletim de Primavera do Banco de Portugal, Teixeira dos Santos foi claro ao garantir que «não vale a pena pensar em mais medidas, enquanto estas, [criadas pelo Governo], ainda estão no terreno e em implementação».

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Em resposta ao governador do Banco de Portugal, que alertou para a necessidade de ponderar investimentos que causam despesa futura, o ministro afiançou que «o Governo não deve desistir dos investimentos planeados», referindo-se às grandes obras públicas já anunciadas pelo Executivo: «É cegueira considerar que o investimento não está na ordem do dia».

O ministro das Finanças admitiu que «a conjuntura aconselha à realização de investimentos de pequena dimensão» e destacou o programa de manutenção e criação de escolas, levado a cabo pelo Governo.

Face à perspectiva de uma queda do investimento de 14%, assim como uma descida igual em matéria de exportações, Teixeira dos Santos considera que «é importante que o Governo um esforço de compensação da queda» do investimento privado.

Olhando para a situação macroeconómica, Teixeira dos Santos considera que «a economia portuguesa só poderá recuperar depois da economia europeia» e espera que «2010 traga um melhor ambiente económico».