Os elogios de Chávez a Sócrates foram feitos em São Bento, após Portugal e a Venezuela terem assinado cinco acordos bilaterais económicos.
«Em ti reconhecemos a nobre Europa. És um líder europeu que reconhece a revolução que está a acontecer na América do Sul. A revolução da liberdade, igualdade e fraternidade (do século XIX na América do Sul) está a recomeçar», disse o presidente venezuelano.
O tradicional longo discurso de improviso de Chavez apenas foi interrompido quando verificou que já passava das 22:00 e, portanto, era «hora de jantar».
Numa análise à actual situação política, o presidente da Venezuela lembrou que a independência dos países da América do Sul, ao contrário da «independência generosa do Brasil», foi feita de armas na mão no século XIX.
«Depois, o século XX, foi o século perdido, em que reinaram as desigualdades, a exploração, miséria e a pobreza. Mas agora o povo despertou», disse, antes de se referir ao presidente boliviano, Evo Morales.
«Pela primeira vez, um índio chegou a presidente, num país em que os índios são a esmagadora maioria», apontou o presidente venezuelano.
«Venezuelanos sentem-se em casa em Lisboa»
Neste mesmo contexto, Chavez considerou o presidente brasileiro, Lula da Silva, como um «amigo comum»-dele e de Sócrates-citou o chefe de Estado russo, Medevdev, em defesa de «um mundo pluripolar» e definiu o primeiro-ministro português como «um homem humilde».
Em relação à comunidade portuguesa no seu país, Chávez disse que, «desde pequenino, assim como todos os venezuelanos, souberam ganhar consideração, amor e respeito pelos portugueses».
«Em Lisboa, os venezuelanos sentem-se em casa. Obrigado Sócrates pela tua generosidade», disse, deixando para o fim da sua intervenção o teor dos cinco acordos bilaterais momentos antes assinados em São Bento.
Nesse ponto, Chavez sublinhou a importância do abastecimento de água a algumas das principais cidades do país, assim como o fornecimento de medicamentos e de informática por parte de Portugal.
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