Carlos Queirós respondeu esta sexta-feira às declarações de Luiz Felipe Scolari sobre o tema Cristiano Ronaldo-Manchester United em que o técnico português foi acusado pelo seleccionador de Portugal de ter um discurso para com os adeptos do United contrário ao que tinha tido consigo; ou seja, de dizer a Scolari que Ronaldo podia jogar e aos adeptos do clube que não para preservar a sua imagem. Carlos Queirós garantiu ao Maisfutebol que não falou com Scolari e que o técnico brasileiro «mentiu descaradamente».
O treinador adjunto de Alex Ferguson confessou «estupefacção» por uma conferência de imprensa que o próprio acompanhou via televisão. «Só uma mente que está rodeada de fantasmas e vê fantasmas em todo o lado é que pode ter a deselegância e a falta de respeito e bom senso que as afirmações encerram», assumiu Carlos Queirós frisando que, «independentemente do que se passou, todo o discurso do seleccionador parece o de quem é dono não só do Cristiano, mas do mundo».
Queirós recapitulou a lesão de Cristiano Ronaldo com a Polónia acontecida na primeira parte do jogo, destacando que o jogador ainda jogou no segundo tempo e que depois falhou dois jogos pelo Manchester; depois, que foi recuperado no clube tendo voltado a lesionar-se no sábado na liga inglesa «na mesma zona». «A única coisa que se disse foi que era preferível que não jogasse durante a semana», conta Queirós sobre as palavras de Ferguson antes dos jogos da selecções nacionais, mas salientando que «não houve carta de dispensa» e que tal «podia ter sido feito, mas não foi».
«Eu próprio reparei no clima de crispação que estava instalado. Eu tive ocasião de dizer que o Cristiano podia jogar. A nossa preocupação era a de que ele fosse tocado na mesma zona, pois vamos ter um jogo contra o Chelsea [no dia 26]», contou Carlos Queirós, passando ao desmentido da versão de Scolari: «O que ele diz que eu disse, uma coisa aos adeptos e a ele outra, é falso. Não lhe fica bem mentir descaradamente.» «Nem ele falou connosco nem nós com ele», reforçou Queirós apresentando Scolari como uma excepção: «Temos relações com 14 selecções e o único seleccionador com que não falamos é com ele.»
Para Carlos Queirós, «Scolari comporta-se como as pessoas que pedem um carro emprestado, novo e cheio de gasolina, estão sete dias com o carro, batem, abandonam o carro e nem sequer telefonam a dizer onde o carro está». O treinador português pediu «solidariedade e respeito por milhões de adeptos de um clube que paga o ordenado ao Cristiano e aos treinadores que trabalham para que o Cristiano esteja na selecção» portuguesa.