Carlos Queiroz entende que não teve qualquer desentendimento com Cristiano Ronaldo. Como tal, o técnico português acredita que, caso se cruze com o jogador no próximo Mundial, o cumprimento será normal.

«Não tive nenhum desentendimento com Ronaldo», defendeu o selecionador do Irão. «Espero não o encontrar dentro de campo, mas acho que o cumprimento será normal. Depende muito dele. Ele saberá o posicionamento perante o treinador que teve na Seleção e no Manchester United», acrescentou.

Queiroz garantiu também não estar zangado com o futebol português, por «não confundir algumas pessoas com o futebol português». «Não faz sentido levantar poeira de uma história triste e infeliz, que já tem quatro anos. Infelizmente algumas pessoas têm a ousadia de pensar que todos devem ser como elas, mas não pode ser assim», afirmou.

Ainda a propósito de Ronaldo, Queiroz defende que o compatriota merece a Bola de Ouro, ainda que não tenha confirmado o voto, «para não ter mais problemas com a FIFA». «Embora o Ribéry tenha títulos coletivos importantes, a justiça técnica aponta para essa decisão [vitória de Ronaldo]», começou por dizer.

«Mas temos de perceber também que a nossa visão nem sempre é a mesma que têm os outros. Também pensamos que o nosso hino e a nossa bandeira são os mais bonitos, pois é o que mais vemos. Mas a análise dos selecionadores não é a mesma, não tem as mesmas bases, as mesmas imagens. Por exemplo na Malásia o futebol britânico tem outro impacto. No Qatar promove-se mais o Barcelona do que o Real Madrid, pela ligação à Fundação do Qatar. Há este efeito secundário mas complementar. Nem todos os selecionadores têm o mesmo espaço de análise e observação para uma decisão coerente e objetiva», acrescentou.

Questionado também sobre o grupo de Portugal no Mundial, Queiroz defendeu que «tudo é possível». «São adversários difíceis. Um Mundial nunca é fácil. Ainda agora fiz novamente um estudo que comprova como é difícil vencer um jogo no Mundial. Portugal não entra no grupo das equipas com títulos mundiais, mas faz parte do grupo de seleções com uma palavra a dizer», afirmou o técnico, presente na apresentação do livro de António Simões, seu colaborador.