Estatuto completamente diferente esta época para a Académica no arranque da Taça de Portugal para as equipa primodivisionários. Os estudantes encaram a defesa do troféu conquistado frente ao Sporting um sorriso nos lábios, mas querendo fazer valer os créditos conquistados na época anterior.
«Temos de enfrentar esta primeira eliminatória como detentores da Taça e, por isso, com responsabilidades acrescidas. É um prazer porque foi algo histórico, que deve deixar toda a gente ligada ao clube cheia de orgulho. É um sonho que gostamos de alimentar, como aconteceu na época passada. Espero que seja o início de uma nova caminhada nesse sentido», disse, a propósito, esta sexta-feira, Pedro Emanuel.
O técnico dos estudantes garante ter toda a atenção virada para este encontro e não acredita que alguém pensará já no desafio de quinta-feira, diante do Atlético de Madrid, para a Liga Europa. Mas para que não restem dúvida, deixa um aviso ao plantel:
«Tive um treinador que dizia isto: quem pensar que vai para Ponte da Barca e não quiser meter o pé, a pensar em resguardar-se para quinta-feira estar nas melhores condições, se calhar nem viaja para Madrid. Mas penso que não. O grupo é responsável, tem trabalhado muito bem, é humildade e determinado.»
«Vicente Calderón? Quero é ter 18 em Ponta da Barca...»
Pedro Emanuel confessa mesmo não estar nada preocupado com o embate frente aos espanhóis, que volta a considerar um prémio e não um objetivo, porque aquilo que mais inquieta o treinador da Briosa é bem mais simples.
«A minha preocupação é ter 18 jogadores para poder levar a Ponte da Barca, temos tido algumas lesões, até pelo nível de exigência competitiva a que não estávamos habituados», assevera, fazendo uma analogia entre o sentimento que o adversário terá para este jogo à semelhança daquilo que os estudantes vão sentir quando jogarem no Vicente Calderón.
«A Taça de Portugal representa aquilo que é a festa do futebol no expoente máximo da nossa cultura. Não é nada que não esteja à espera [a receção à equipa], são pequenas localidades que gostam, em certos momentos, de ter a possibilidade de disputar jogos com equipas de outros escalões, nomeadamente da I Liga.»
«Cabe a nós valorizar esse espetáculo, essa festa, apresentando-nos em campo com o máximo de determinação e vontade para ultrapassar um adversário que, apesar de ser da III Divisão, tem o seu valor, do qual temos a perfeita noção.»
Fábio Santos vai estrear-se
Pedro Emanuel quer evitar surpresas e, como tal, advertiu os jogadores para os dissabores da Taça. «Pouco me diz que sejam da III Divisão, respeito todos ao máximo. E esse respeito é igual àquele que temos por nós próprios e pelo desporto que amamos e queremos promover. Quem não entrar com essa disposição dificilmente terá possibilidades de voltar a jogar na nossa equipa», avisou de novo.
O relvado sintético é outra das preocupações da equipa, que, por via disso, foi treinando ao longo da semana nos campos do mesmo material disponíveis na academia do clube, mas haverá sempre diferenças.
Na baliza também haverá uma novidade, uma vez que o jovem Fábio Santos, habitual terceira opção para a posição, irá estrear-se. «Não será pela política de rotatividade, tem a ver com o trabalho desenvolvido e pela oportunidade que merece há algum tempo. Há o condicionalismo da lesão do Peiser, mas ele merece por inteiro esta possibilidade.»
Da preparação, realce para os regressos aos treinos justamente de Peiser, além de Halliche e Wilson Eduardo, enquanto João Real, desta vez, não se treinou. Só este sábado, aquando da elaboração dos convocados, será possível aferir da disponibilidade de cada um deles, sendo certo que o técnico prometeu chamar apenas quem estiver a 100 por cento.