Na história do Real Madrid, Florentino Pérez terá certamente algumas «espinhas atravessadas», no que a contratações diz respeito. Quer um exemplo? Basta recuar 16 anos no tempo e recordar a iminente transferência do italiano Francesco Totti para o Santiago Bernabéu, que acabou por não se concretizar, já que a lealdade do jogador italiano à Roma revelou-se um obstáculo intransponível.

«Digamos que eu pretendia ir, havia 80 por cento de possibilidades de ir. (...) A Roma não estava no seu melhor, apesar de o Sensi [Franco Sensi, presidente da Roma] ter feito algo por mim. O Real Madrid pagava muito, ofereceu-me muito, qualquer valor para ir para lá. Tudo, exceto a braçadeira de capitão, porque o Raúl estava lá. O Raúl era o jogador que tinha de ganhar mais porque era o capitão e um símbolo do clube. Qualquer jogador que chegava tinha que ganhar menos que o Raúl» revelou Totti,  em entrevista à revista Líbero.

«Em 2004, o meu contrato com a Roma terminou. Houve alguns problemas com o presidente por outros motivos, que não os meus, e o Real Madrid ofereceu-me qualquer quantia para ir para lá. (...) Não que eu tenha rejeitado, penso sempre nisso. Como já referi, estava 80 por cento decidido a ir para lá. Havia também Ilary [Blasi, sua esposa], que me disse para deixar tudo, que iria comigo, para tomarmos essa decisão de ir para o Real. (…) Tomei a decisão [de ficar em Roma] com o coração. Foi uma decisão tomada a pensar nos fãs, nos amigos, na família.»

Totti diz que se sentiu um jogador diferente por nunca ter deixado a Roma: «Estava a fazer algo diferente do que os outros jogadores sempre fizeram. Foram muitos os que se transferiram para o Real Madrid, Barcelona ou ​​Bayern de Munique... Senti-me diferente desta forma, pois assim, era um bom jogador e também diferente, porque joguei toda a minha carreira com a mesma camisola»,

Refira-se que Totti, «Il Capitano», como era conhecido, jogou durante 28 temporadas na Roma, tendo-se retirado do futebol há três anos.