Em 2008, a Taça São Paulo em juniores revelou ao mundo, como todos os anos, alguns talentos. Foi o ano de Tiago Luís. Melhor marcador da prova, com oito golos, deu nas vistas o suficiente para atrair a cobiça de grandes clubes europeus, que não deixam de mandar emissários ao Brasil por essa altura.
«Foi o melhor período da minha vida. Eu estava muito bem, o clube (Santos) também estava a ter sucesso», reconhece o avançado, na altura com 18 anos apenas, em entrevista ao Maisfutebol. Quase a terminar contrato com o clube de São Paulo, Tiago tinha tudo para dar o salto para a Europa e, num célebre dia 26 de Janeiro de 2008, o brasileiro tornou-se capa do diário Marca, que o apelidava de Messi brasileiro e garantia o interesse do galáctico Real Madrid na sua contratação.
O jornal, carinhosamente guardado pelo jogador, falava verdade. O colosso espanhol quis mesmo levá-lo mas, por estranho que possa parecer, Tiago Luís acabou por recusar. «Apareceu essa proposta, porém preferi ficar no Brasil e assinar contrato profissional com o Santos.» O vínculo foi estendido até 2014 e a cláusula de rescisão (30 milhões de euros) afastou em definitivo o interesse «merengue», bem como o do Sevilha, Valência ou Almeria, que também o «namoravam».
«Claro que mexeu comigo, como mexeria com qualquer jogador. É uma equipa muito forte, de grande tradição, espero realizar esse sonho um dia. No Real ou noutro grande da Europa», revela, incluindo nesse lote os três grandes do futebol português.
Via sacra em Leiria e jogo com F.C. Porto
Passados quase dois anos, a realidade é bem diferente. Emprestado à U. Leiria, no início da época, depois de ter perdido espaço no Santos, o avançado brasileiro não tem conseguido destronar os compatriotas Carlão e Cássio na frente de ataque da equipa do Lis. Recentemente, marcou o primeiro golo, na Taça da Liga, frente ao Trofense, evitando a derrota caseira. «Não consegui marcar em 2009 e, por isso, fazê-lo logo no início do ano é muito bom», vaticina o jovem avançado.
Em vésperas de defrontar o F.C. Porto, o golo não poderia ter sido melhor tónico. «É um daqueles jogos que todos os jogadores querem disputar e eu não sou excepção. Se o treinador entender que posso ser útil, estarei preparado. O golo deu-me mais motivação e espero que seja o primeiro de muitos», finaliza.