O secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, assumiu esta sexta-feira a sua «satisfação pela decisão positiva tomada pela Liga e pela FPF cujas assembleias gerais aprovaram a redução dos quadros competitivos das competições referindo que este é «um primeiro passo» que «vai entrar em vigor» e que deve continuar a progredir», pois, afirmou o governante «há que fazer uma maior reformulação dos campeonatos».
Laurentino Dias lembrou que «já havia um despacho» do seu antecessor no cargo a confirmar a reformulação e que «já há um parecer do Conselho superior do Desporto que é vinculativo que diz que a primeira e a segunda ligas [os campeonatos profissionais] devem ter 16 clubes» a partir de 2006/07.
O secretário de Estado aproveitou assim para desfazer as dúvidas levantadas pelo presidente da Liga, Valentim Loureiro, que refere a necessidade de novo despacho emitido pelo actual Governo: «Não é necessário mais nenhum despacho porque a Liga e FPF já se entenderam nesse sentido e porque também já há o parecer do Conselho Superior do Desporto.»
«Creio que Valentim Loureiro está enganado», referiu Laurentino Dias, acentuando mesmo que «o que foi decidido vai entrar em vigor para bem do futebol», adiantando que irá ainda falar com o presidente da Liga. Lauretino Dias salientou também que este processo e a forma como tem sido consumado revelou que foram a própria Liga e a FPF a perceberem que «o actual modelo não podia continuar.
Mas o protocolo existente entre as duas entidades em que a FPF delega na Liga a organização das competições profissionais terminou ontem (30 de Junho) e os campeonatos da Superliga e da Liga de Honra não podem ser formalmente organizados. «Ainda não tenho toda a informação sobre isso, mas vou tentar recolher todos os elementos até segunda-feira», disse o secretário de Estado.
Recados para dirigentes e sindicato
Laurentino Dias comentou também as reacções que tem havido relativamente a este processo dizendo que «muita gente pensava que ia ficar tudo na mesma e como não ficou reagem assim» e aproveitou para deixar um recado para o dirigismo desportivo: «Portugal tem atletas e treinadores prestigiados e é necessário que haja algum retorno desse prestígio por parte dos dirigentes.»
O secretário de Estado não deixou ainda de se pronunciar sobre o voto contra do sindicato dos jogadores quanto à reformulação dos campeonatos numa conjuntura em que o incumprimento salarial tem estado em evidência: «O sindicato deve pugnar por que os profissionais possam exercer a sua actividade com dignidade, o qe passa pela retribuição e pelo cumprimento dos contratos. Se o sindicato acha que a situação actual é de calamidade, então está a admitir que este modelo é o principal culpado por isso.»