[Notícia actualizada às 12h57)

O ministro do Trabalho, Vieira da Silva, admite rever a fórmula de actualização das pensões.

Numa altura em que a deflação ameaça as principais economias desenvolvidas do mundo e as estimativas mais recentes do Banco de Portugal apontam para uma inflação média anual de -0,2%, este ano, o Governo estuda uma redução do valor nominal das reformas em 2010, diz o jornal «Diário Económico».

Ministro vai rever regras, decisão tomada no Outono

O ministro do Trabalho já veio dizer que vai alterar as regras de actualização das pensões em 2010, para fazer face «a uma situação excepcional», mas a decisão será tomada apenas em Outubro/Novembro, dependendo da variação dos preços.

«A situação é excepcional e exige medidas de natureza excepcional», sublinhou o governante, que falava à margem do congresso internacional «A inspecção do trabalho na direcção da mudança», organizado pela Autoridade para as Condições de Trabalho, que decorre entre hoje e sexta-feira em Lisboa, escreve a Lusa.

Vieira da Silva explicou ainda que o modelo foi desenvolvido para um contexto normal da economia, mas hoje «estamos com risco de crescimento negativo dos preços e alguns até falam do risco de deflação».

«Uma inflação negativa é uma coisa que nunca nenhum de nós viveu. Há um ano, os riscos eram de crescimento da inflação e as críticas que se faziam à fórmula de actualização das pensões é que ela era pouco sensível aos crescimentos da inflação. Hoje o cenário é absolutamente diferente», referiu.

Para o ministro do Trabalho, o modelo que vincula o aumento das pensões ao crescimento da economia e aos preços é «um bom princípio».