* Enviado-especial do Maisfutebol aos Jogos Olímpicos
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Oito anos depois, a final olímpica. Évora, Nelson, completamente recuperado de graves problemas físicos e saltar novamente acima dos 17 metros. Não chegou.

O português evoluiu sempre nos três primeiros saltos (16,90 – 16,93 – 17,03), fez dois nulos logo a seguir e arriscou tudo no último. No estádio ficou a sensação de que o ensaio seria válido e rondaria os 17,30 metros. Nada a fazer. A bandeira vermelha foi levantada.

Nelson, campeão olímpico em Pequim, fechou a presença no Rio de Janeiro em sexto.

«Quem não arrisca não petisca. Não acertei nos três últimos ensaios por causa disso», justificou o atleta português no Estádio Olímpico, com o Maisfutebol presente.

«O último salto, se fosse válido, dava-me o quarto lugar. Na altura não tive noção de que era nulo. Mas, enfim, provei que o mau resultado no Europeu [em julho] foi só um acidente».

Os norte-americanos Taylor (bicampeão olímpico) e Claye dominaram a competição. Entraram muito fortes, estabeleceram uma diferença confortável para os competidores e tornaram praticamente impossível a tentativa de Évora chegar ao pódio.

O português «não podia fazer milagres», embora tenha pensado numa medalha até ao fim.

«Nunca me deixei intimidar. Nos últimos ensaios procurei esquecer a tábua e aplicar todos os meus segredos em prática para saltar mais longe». Insuficiente.

Num balanço ainda a quente, Nelson admite que mudaria um dado na preparação feita: a presença em competições de pista coberta.

«Não devia ter feito, não tem nada a ver com as minhas características. O ideal é entrar forte, treinar bem e apostar nas provas mais importantes, Mundiais e Jogos. Há que aprender com estas coisas», lamentou Évora.

E daqui para a frente? Com 32 anos será justo pedir a Évora que aponte a Tóquio-2020?

«A análise tem de ser feita ano a ano, época a época. Só peço que as lesões desapareçam».

Nelson Évora, é importante lembrar, teve duas fraturas na tíbia direita e em 2012 chegou a conviver com um cenário de amputação, felizmente eliminado.

Não admira que quatro anos volvidos, uma presença na final olímpica seja motivo de orgulho e regozijo.  

«Só posso agradecer o apoio de todos. Dei o meu melhor e valeu a pena».