* Enviado-especial do Maisfutebol aos Jogos Olímpicos
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A segunda vitória portuguesa no torneio olímpico de futebol deixa indicadores de personalidade claros. Os meninos de Rui Jorge não caem ao primeiro abalo, não perdem o equilíbrio emocional, não se precipitam. Confiam no que valem e resolvem os problemas sem pânico. Reviravolta no marcador contra as Honduras, triunfo por 2-1.

À hora a que acabou o jogo, a qualificação de Portugal para a próxima fase não era ainda oficial.

Mais tarde, porém, a vitória da Argentina sobre a Argélia garantiu a passagem da Seleção Nacional aos quartos de final. Uma formalidade que se tornou desta forma, e rapidamente, sentenciada.

O JOGO, AO MINUTO

Nada mais justo, de resto. Teria sido fácil aos olímpicos portugueses lamentar a pancada madrugadora de Alberth Elis, autor do golo hondurenho no primeiro minutos; teria sido fácil o baixar de braços e o pânico. Mas não, nem por sombras.

Esta representação de Portugal agarra-se a convicções fortes e a um plano de jogo extremamente equilibrado. Aos 36 minutos, já deixara para trás o tal golo de Elis e comandava com autoridade o marcador.

Num cabeceamento de Tobias Figueiredo, após cruzamento perfeito de Sérgio Oliveira, surgiu o empate, aos 21 minutos. Mas estes rapazes queriam mais, procuraram mais e encontraram mais num pontapé de Bruno Fernandes, desviado num hondurenho e devidamente aproveitado por Gonçalo Paciência: inteligência e finalização com classe.

Portugal só falhou ao não ser capaz de fazer o terceiro golo, o que daria outra tranquilidade à equipa na gestão do jogo. E escrevemo-lo porque houve uma mão cheia de oportunidades desperdiçadas.

Salvador Agra esteve desastrado neste pressuposto, Bruno Fernandes ameaçou mais do que uma vez, Gonçalo quase bisava aos 55 minutos. Nada a fazer. A seleção de Honduras manteve-se na discussão até ao fim e assustou Bruno Varela num par de vezes.

Atento, Rui Jorge deu descanso aos mais desgastados - Sérgio Oliveira, Salvador e Gonçalo - e lançou homens capazes de ter bola e congelar o ritmo, como Pité e Francisco Ramos.

Podstawski e Fernandes, meio campo com pés e cabeça

Nota final para Sérgio Oliveira e André Martins: são capazes de dar mais, têm qualidade para mais, Portugal precisa ainda mais deles. Sérgio, tal como Tobias, cumpre um jogo de suspensão contra a Argélia e poderá revitalizar a capacidade muscular.

Portugal venceu e no final o Estádio Olímpico agitou-se com a música popular de Roberto Leal. Há tardes assim, perfeitas.  

Portugal já está nos quartos de final dos JO