No fundo tinha recuperado boa parte do capital de confiança que perdera nos últimos tempos. Gaitán, Fábio Coentrão e Carlos Martins (depois César Peixoto) trabalhavam a bola com tecnicismo, faziam o tempo correr e diminuíam a capacidade do Rio Ave se entusiasmar com uma cambalhota no jogo.
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Por isso a segunda parte só animou verdadeiramente nos dez minutos finais. Nessa altura Braga aproveitou uma falha na barreira para de livre reduzir a desvantagem. Faltavam dois minutos para acabar o tempo regulamentar, o Rio Ave partiu para cima da baliza encarnada e temeu-se o pior.
Foi só um susto.
No fundo a sentença chegou na primeira metade e numa entrada em falso da equipa da casa. O Benfica marcou na primeira vez que rematou e chegou ao segundo golo ainda antes da meia-hora. Das duas vezes Cardozo (e Carlos Martins no remate que originou o primeiro golo) teve todo o tempo.
Destaques: Cardozo, este sim é Óscar Cardozo
Custa um bocado a perceber tanta passividade do Rio Ave, aliás, numa altura em que jogava tudo no sonho por uma qualificação europeia. A defesa falhava na marcação, não pressionava e não acompanhava as desmarcações. A partir daí tornou-se fácil para o Benfica jogar futebol e ganhar motivação.
Os encarnados fizeram dois golos, mas podiam ter feito mais. A equipa teve vontade, velocidade e imaginação. Trabalhou bem a bola ao meio, funcionou com apoios nas laterais, encontrou em Cardozo um avançado de referência, que segurou a bola, abriu linhas de passe e criou espaços para o futebol.
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A partir daí o Benfica fez por merecer a vantagem ao intervalo. Cardozo, o homem do jogo, materializou a superioridade em golos, mas a equipa ficou a dever a ela própria uma vantagem mais larga. Cardozo, por mais duas vezes, e Gaitán, por exemplo, só não marcaram por um capricho.
Tudo junto, e apesar daquele sufoco final, o Benfica mereceu o triunfo. A equipa recuperou parte da confiança perdida e entra na última semana um pouco mais tranquila. A pacificação do ambiente na Luz é fundamental para ganhar a próxima época. O Rio Ave, esse, precisa de um milagre para ir à Europa.
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