A época de 2013/14 está a ser de consagração para Rolando na Serie A. O ex-defesa do FC Porto agarrou a titularidade a partir da sexta jornada e não mais saiu da equipa titular do Inter de Milão.

Nesta entrevista ao Maisfutebol, o internacional português fala da pressão de vestir a histórica camisola dos nerazurri, da obsessão pela cultura tática, da relação com o treinador Walter Mazarri e do sonho impossível que se chama scudetto.

Está na segunda experiência consecutiva em Itália. Voltou a ser feliz depois de sair do FC Porto?

«Sim, principalmente no Inter. Aqui respira-se um ar diferente. Jogo num grande clube e num estádio mítico como é o San Siro. O Inter foi, é e será sempre um grande nome do futebol mundial. Está muito mais além do que eu esperava. Jogar num clube destes não é para qualquer um. Carrego com muito prazer o peso desta camisola histórica».

Esteve em Nápoles e agora em Milão. Há muitas diferenças entre o sul e o norte?
«É muito diferente viver em Milão ou em Nápoles. As pessoas de Nápoles fazem-me lembrar as do Porto. Muito calorosas, muito chegadas e apaixonadas pelo clube da cidade. É uma ligação familiar. Em Milão é um pouco como em Lisboa. Uma grande metrópole, a relação do dia a dia é mais distante, embora os adeptos de futebol sejam também muito apaixonados».

Veja o golo de Rolando contra o Verona (1m27):




A Serie A é a liga mais tática do mundo, como se diz?
«O futebol é muito mais pensado, menos emocional. O trabalho da parte tática é quase científico. Primeiro interessa anular o adversário e só depois se pensa em fazer golos. O futebol italiano é mesmo o que se diz, muito estratégico».

Qual foi o avançado que mais dor de cabeça lhe deu em Itália?
«Dor de cabeça ainda nenhum me deu (risos). Mas todas as semanas apanho com um ou dois avançados complicados. Todas as equipas estão bem servidas no setor ofensivo».

Voltar a ser treinado pelo Walter Mazzarri foi coincidência ou opção sua?
«Foi, acima de tudo, mais um dos motivos que me levou a aceitar jogar no Inter de Milão. Eu já sabia que o senhor Mazarri tinha vindo para cá e falei com um dos colaboradores dele. Eu sabia que o técnico confia em mim, pois o ano passado, mesmo chegando atrasado, acabei a época a titular. Esta época está a ser excelente. Estou a fazer quase todos os jogos e é ótimo continuar com o mesmo técnico».

A estrutura defensiva do Inter é ligeiramente diferente. Adaptou-se bem?
«Costumamos jogar com três defesas, sim. Normalmente jogo eu e depois o Juan Jesus, o Ranocchia e o Campagnaro também são muito utilizados. O treinador vai gerindo os minutos de utilização. Sinto-me perfeitamente adaptado».

O Inter está no quarto lugar mas já longe do topo. O título ainda é o objetivo?
«O título está praticamente impossível. A Juventus disparou, nós tivemos uma série de quatro resultados negativos e perdemos o comboio da frente. Vamos tentar chegar a um lugar de acesso à Liga dos Campeões. O campeonato é muito difícil, mas o prazer também está nisso».