O patrão da McLaren, Ron Dennis, revelou que não fala com Fernando Alonso desde o Grande Prémio da Hungria.
No testemunho ao Conselho Mundial da Federação Internacional de Automibilismo (FIA), a 13 de Setembro, pelo caso de espionagem à Ferrari, o britânico admitiu que, após a discussão de 5 de Agosto, a relação com o piloto da McLaren e actual campeão do Mundo é praticamente inexistente.
«Não nos falamos, mas isso não importa. Não voltámos a conversar desde então. Em primeiro lugar, a minha relação com o Fernando é extremamente fria. Isso é claro. Fernando está convencido de que a nossa política, na qual os pilotos são tratados de forma igual, não reflecte o seu estatuto de campeão do Mundo. Ele considera que a sua experiência e conhecimento e aquilo que fez na equipa anterior lhe deve dar vantagem», contou Ron Dennis.
No mesmo depoimento, o patrão da escuderia inglesa explicou também o incidente da Hungria, um dia depois de Alonso ter barrado caminho ao companheiro de equipa, Lewis Hamilton, fazendo com que este perdesse tempo na qualificação.
«Alonso estava extremamente aborrecido por aquilo que se passara no dia anterior, mas mais aborrecido estava eu. Disse coisas das quais se retractou completamente. Fez referência a uns e-mails de um engenheiro da McLaren e quando disse isso exclamei: Basta!», relata o inglês, que deixou o local de imediato.
Ron Dennis descreve o resto da história e revela que falou com o presidente da FIA, Max Mosley, a contar o sucedido. Ainda naquele testemunho, Dennis afirma que o espanhol é um homem só. «O senhor Alonso não está aqui porque não quer estar aqui. Não fala com ninguém. É um piloto muito solitário. (...) Não posso obrigá-lo a vir», concluiu o inglês, questionado sobre a ausência do piloto no Conselho Mundial da FIA.