Cristiano Ronaldo atira o favoritismo para o lado espanhol, antes das meias-finais do Euro2012. O capitão da Seleção Nacional espera uma «dura batalha» em Donetsk, mas acredita que é possível voltar a marcar presença na final, oito anos depois.

«Não somos favoritos desde o primeiro jogo, não é agora que vamos ser. Isso ajuda-nos a tirar parte da pressão. As coisas estão a correr bem, vamos jogar uma meia-final e tudo pode acontecer», argumenta, em entrevista à UEFA.

Ronaldo acredita que o jogo de quarta-feira «vai ser decidido nos detalhes», e por isso avisa que Portugal tem de estar «ao nível máximo». «Temos de estar no auge para bater a Espanha», reforça.

Uma eventual presença na final, oito anos depois do Euro2004, «seria um sinal de evolução», defende. «É nisso que eu acredito. Vai ser difícil, mas estamos a um passo», acrescenta.

A Espanha vai ter menos dois dias para preparar o jogo de Donetsk, mas Ronaldo entende que isso não tem grande influência: «Três dias, mais o dia do jogo, é mais do que suficiente. Eu jogava às quartas e aos domingos, e senti-me sempre bem. Como profissional, não vejo isso como um dado importante.»

A ausência de Hélder Postiga, devido a lesão, merece um lamento, mas também uma mensagem de apoio aos dois candidatos ao lugar (Hugo Almeida e Nélson Oliveira). «Perdemos um jogador que estava moralizado e confiante, mas temos mais dois pontas de lança muito interessantes. Qualquer que seja o escolhido, a forma de jogar será idêntica. Já jogamos assim há algum tempo, e quem entrar vai adaptar-se», acredita.

«Sabia que os golos iam aparecer»

Cristiano Ronaldo reconhece, nesta entrevista à UEFA, que o início do Europeu não foi fácil, mesmo a nível individual, mas garante que sempre acreditou que ia dar a volta.

«Comecei tímido, derivado também à responsabilidade que ia ter neste campeonato, mas com muito sacrifício de todos os jogadores a equipa começou a jogar melhor, e eu também. O balanço é positivo. Perdemos o primeiro jogo mas ganhámos os seguintes, o que demonstra a grande capacidade mental da equipa. Sabia que os golos iam aparecer», afirma.

Análise positiva merece também o trabalho de Paulo Bento, considerado «excelente» pelo capitão português. «Não só pela fase final, mas também na qualificação. Acreditou sempre nos jogadores, e tem colhido os frutos», elogia.