Rui Alves foi a voz mais crítica no fim da Assembleia-Geral que aprovou o alargamento da Liga de 16 para 18 clubes já na próxima época. «Hoje foi mais do que uma caldeirada. Não é admissível que uma competição desportiva se dispute sem penalização e valorização do mérito desportivo», disse.

«Foi a promoção completa da ilegalidade. Estamos num quadro de alterações que teriam de ser aprovadas por unanimidade e um conjunto de clubes que envergonham o futebol nacional produziram nos bastidores uma série de atuações para perverter a integridade da competição.»

Ora nesse sentido, o presidente do clube madeirense anunciou que vai tomar uma atitude forte. «O Nacional irá impugnar todos os pontos desta Assembleia-Geral», anunciou. «Existem condições para os clubes que votaram contra esta vergonha se unam para tomar uma posição.»

Liga: alargamento aprovado sem descidas

«Nem acredito que a Federação Portuguesa de Futebol possa viabilizar esta autêntica vergonha do futebol nacional. A integridade é um valor sagrado da competição. Saio daqui envergonhado. Há dirigentes que deviam ter vergonha de andar no desporto», acrescentou o dirigente madeirense.

Rui Alves aproveitou para dar o exemplo do Marítimo B. A formação secundária do clube rival na Madeira sabe que, à custa da introdução das equipas B na Liga de Honra, vai subir sem o conseguir no campo. Isto porque a Liga de Honra terá na próxima época 22 clubes: 16 mais 6 equipas B.

«Desde dezembro de 2011 há um clube na II Divisão B sem razão de mérito desportivo, porque sabe que, independentemente do que acontecer, vai estar na Liga de Honra», lembrou o presidente do Nacional. «Bastará uma participação à FIFA para o campeonato português não ser homologado.»

«Porque não houve atendimento? Quando há eleições, há programas. Aqui pareceu-me mais um capricho do presidente da Liga do que uma necessidade de discutir o alargamento. Não fará sentido que o alargamento produza efeitos para a próxima época», acrescentou o dirigente.

Rui Alves revelou também que o alargamento da Liga foi decidido numa votação bastante renhida e explicou porque não votou favoravelmente ao modelo da liguilha: «Não era solução porque continuaria a premiar os que fracassaram. A haver uma outra posição seria mais justo que subissem os quatro primeiros da II Liga.»