Formado no E. Amadora, o avançado Davide, actualmente ao serviço da Naval, sentiu na pele o flagelo dos salários em atraso. O caso não é novo na Reboleira, embora só agora comece a ter projecção mediática, e urge encontrar uma solução.
«Estive 10 anos no Estrela, fiz as camadas jovens todas, e passei por uma situação semelhante. Estive quatro a cinco meses sem receber. O caso não veio tanto para a praça pública como agora, foi mais abafado, mas vivemos uma situação complicada na altura. Esta Direcção, quando entrou, conseguiu resolver o problema. Contudo, ano após ano, vive a mesma situação e chega a um ponto em que, por muito que se goste do clube, é uma situação que para um profissional de futebol não dá para continuar», lamenta o jogador do emblema da Figueira da Foz.
Já Ulisses Morais, treinador da Naval, prefere destacar a capacidade que a equipa teve de manter o brio profissional pese todos os problemas: «É uma das equipas que tem tido uma competência excelente. É sinal de um grande trabalho a nível intelectual. Mentalmente, foi um trabalho de bastidores muito difícil, mas que teve êxito e vai continuar a ter. Apesar de terem perdido uma peça importante, o treinador, que deve ter sido, com certeza, a mola para todo este sucesso, pois é difícil chegar à sexta ou sétima jornada com 11 pontos nestas circunstâncias. Para nós profissionais que queremos melhorar os aspectos de consistência é muito difícil, perante esse cenário, qualquer tipo de progressão estável.»