O episódio da agressão a Dragutinovic não é virgem no currículo de Scolari. No passado já aconteceram outras cenas de pugilato do seleccionador, um homem capaz de soltar uma lágrima com a mesma facilidade com que dá um murro quando ferve.
Desde o início da carreira de jogador, aliás, que Scolari é conhecido pelo carácter durão. Ele que era um central forte, implacável e feroz. Os episódios mais marcantes, porém, surgiram já desde que o brasileiro se tornou treinador.
O primeiro, pelo menos entre os mais mediáticos, surgiu em 1995, e teve do outro lado o treinador Wanderlei Luxemburgo. Foi durante uma meia-final da Taça Brasil, disputado no Olímpico de Porto Alegre entre o Grémio e o Flamengo.
Scolari era na altura treinador da equipa da casa e irritou-se com as queixas constantes de Luxemburgo sobre o comportamento dele no banco. No final do jogo, dirigiu-se ao adversário e deu-lhe um encontrão ao qual Luxemburgo não reagiu.
Em 1997, quando já treinava o Palmeiras, numa final do Brasileirão, Scolari teve outra cena que ficou para a história no Brasil. Desentendeu-se com o jogador Valber, do Vasco da Gama, junto à linha e bateu-lhe com a bola a cara.
O episódio mais marcante surgiu porém em 1998. Também no Palmeiras. No final de um treino, Scolari falava com os jornalistas, quando Gilvan Ribeiro, repórter do Diário Popular, lhe perguntou por que não deixava os adeptos ver o treino.
O treinador ficou irritado e respondeu que não tinha sido ele a determinar o treino à porta fechada, o jornalista insistiu que recebera indicação do guarda do recinto, os dois começaram a trocar acusações até que Scolari deu um murro na boca do jornalista.
Dois anos depois, ainda no Palmeiras, Scolari foi apanhado por uma televisão a pedir aos seus jogadores que batessem, cuspindo se fosse preciso, no avançado do Corinthians Edilson, num jogo da Taça Libertadores da América que era decisivo.
Portugal também teve um cheirinho do carácter difícil de Scolari quando se irrita. Numa conferência de imprensa, o seleccionador teve uma reacção agressiva para um jornalista que lhe fazia perguntas sobre Baía, repetindo «você está abusando, você está abusando».