Um dos grandes avançados portugueses no século XXI, Nuno Gomes foi um dos nomes convocados por Luiz Felipe Scolari para representar a Seleção Nacional no Euro 2004.

Em entrevista à TVI, o antigo capitão do Benfica contou uma história curiosa a propósito desse verão, em que Portugal perdeu a final do Europeu em casa para a Grécia.

«Durante o Europeu fui vendo onde podia passar as férias, e escolhemos a Grécia. Mas ainda faltavam 20 dias para a final. A final foi a 4 de julho e eu viajei a 6. Estou na praia, sinto alguém a bater-me nas costas, e vejo que era o Fyssas [na altura, colega do Benfica]. Perguntei-lhe o que é que ele estava ali a fazer, e ele disse-me que estava a passar férias. E eu: ‘Mas tinhas de vir para este hotel?’. Ele responde: ‘Nuno, mas viemos todos’. ‘Viemos todos quem’?», começou por recordar.

«O dono do hotel ofereceu uma semana grátis aos campeões da Europa. Às vezes estava na praia, vinha o empregado do hotel dar-me uma bebida e dizia: ‘O senhor Charisteas [autor do golo na final] ofereceu-lhe uma bebida’. Eu agradecia, mas apetecia mandá-lo para um sítio que eu cá sei. Uma noite convidaram-me para jantar e eu fui. A certa altura começaram a dançar, vieram puxar-me, mas eu tive de dizer que não», prosseguiu.

O atual comentador do programa do Maisfutebol não escondeu a desilusão que foi perder essa final no Estádio da Luz. «Quando me perguntam como foi possível perder a final, não consigo encontrar a culpa, e a desilusão foi muito também por aquilo que tínhamos vivido durante o Europeu. Nunca pensámos nessa hipótese. Se tiver de arranjar alguma culpa, é o facto de nunca termos pensado que podíamos perder. Com tudo aquilo que estávamos a viver, aquilo que tinha de ter um final feliz. Foi a maior desilusão que vivi na Seleção», revelou.

Depois, Nuno Gomes falou também sobre a carreira na Seleção Nacional, ele que somou 29 golos em 79 internacionalizações: «Após 2000, Portugal assumiu-se como uma das grandes equipas mundiais. Esse terceiro golo à Inglaterra foi um dos mais importantes da minha carreira. Foi o meu primeiro golo pela Seleção A, na primeira vez a titular, e tive a felicidade e a arte para fazer o golo. Dominei a bola de uma maneira pouco ortodoxa, e fiquei muito feliz. Esse e o golo de euro 2004 com a Espanha são as mais importantes na minha carreira na Seleção. É preciso recordarmos o contexto desse jogo, era o último da fase de grupos, jogávamos em casa e tínhamos de ganhar.»

Com um filho jovem, Nuno Gomes confessou ainda que costuma brincar a propósito dos anos que partilhou balneário com Cristiano Ronaldo.

«Espero que um dia o filho venha a ter consciência do que foi o pai. Ele às vezes já diz: ‘O meu pai jogou com o Ronaldo’. Muitas vezes eu digo-lhe que o Ronaldo aprendeu tudo comigo», brincou.